O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quarta-feira (8) um termo de cooperação com o objetivo de levar as provas de Fórmula 1 para o Rio de Janeiro. O novo autódromo carioca, com capacidade para 130 mil pessoas, será construído em Deodoro, numa área de propriedade do Exército. Segundo o presidente, a expectativa é que as provas do ano que vem já sejam realizadas na cidade.
O contrato da Prefeitura de São Paulo para o GP de Interlagos, porém, vai até 2020. Tanto o prefeito, Bruno Covas, quanto o governador, João Doria, já haviam anunciado a intenção de renová-lo. A reportagem procurou a prefeitura e aguarda um posicionamento sobre essa questão.
— A direção da F-1 resolveu, após a eleição do ano passado, tendo em vista quem foi eleito na região que interessava para eles, resolveram manter a possibilidade de termos a corrida no Brasil. São Paulo, como havia participação pública, uma dívida enorme, tornou-se inviável a permanência da F-1 lá. Vieram para o Rio de Janeiro. O autódromo será construído em seis, sete meses após o início das obras. De modo que, por ocasião da F-1 do ano que vem, ela será no RJ — afirmou o presidente.
O edital da PPP para a construção do autódromo, contudo, permanece sob análise do Tribunal de Contas do Município, sem previsão para a liberação da disputa. O certame já foi adiado duas vezes em razão de pendências apontadas pela corte. Alguns vereadores planejam criar outro empecilho para o projeto. A Câmara Municipal já aprovou em primeira votação da criação da APA (Área de Preservação Ambiental) da Floresta do Camboatá na área prevista para instalação do autódromo.
O projeto foi aprovado por 30 a 0 no primeiro turno. Uma audiência pública sobre o tema será realizada nesta quarta, exigência para o reconhecimento da APA pelo Sistema Nacional de Unidade de Conservação.
— Importante os cariocas perceberem que não é meia dúzia de árvores que a prefeitura quer cortar para fazer o autódromo. Eles querem destruir uma floresta em pleno processo de regeneração que precisa ser preservada – disse o vereador Renato Cinco (PSOL), autor da proposta.
Bolsonaro minimizou a intenção dos vereadores:
— Se o Exército não estivesse naquela área, com toda certeza ela já estaria invadida e com toda certeza depredada. O Exército preservou a região e, por ocasião desse projeto, a região será preservada.