Depois do Brasil voltar ao topo no Mundial de surfe de 2018 com a conquista do segundo título de Gabriel Medina, a temporada de 2019 da categoria começa nesta terça-feira (3), na Gold Coast, na Austrália. A competição tem janela de disputa de 10 dias e o período de competição vai até 13 de abril. As ondas de Snapper Rocks normalmente alcançam tamanho entre 1m e 1m50cm, oferecendo tubos longos e boa possibilidade de manobras.
Após acabar o ano passado com três surfistas no top 5 do ranking, o Brasil terá 11 surfistas na elite masculina neste ano – principal nacionalidade no circuito, superando países tradicionais na modalidade como Estados Unidos e Austrália. São eles: Gabriel Medina, Filipe Toledo, Ítalo Ferreira, Willian Cardoso, Michael Rodrigues, Adriano de Souza, Yago Dora e Jesse Mendes, remanescentes de 2018. Além dos que se classificaram via WQS, segunda divisão da categoria: Peterson Crisanto, Deivid Silva e Jadson André. Os dois primeiros são estreantes na elite do circuito mundial. Já Jadson volta após uma temporada buscando o acesso para a Liga Mundial de Surfe (WSL).
No ano passado, o Brasil venceu nove das 11 etapas do circuito, com quatro surfistas diferentes: Medina, Filipe, Ítalo e Willian. Para Tiago Brant, comentarista de surfe dos canais ESPN, três brasileiros vêm fortes para a conquista do título mundial de 2019:
— Filipinho e Ítalo estão com muita sede para essa conquista. Além disso, tem o Gabriel, que quer continuar vencendo, como no ano passado.
Já no feminino, o país terá duas representantes: a porto-alegrense Tatiana Weston-Webb, que acabou a temporada passada em quarto lugar, e a cearense Silvana Lima, que se classificou via WQS. A nordestina não participa de competições desde setembro, em virtude de uma lesão no joelho. Ela já foi vice-campeã mundial em duas ocasiões: 2008 e 2009.
O ano de 2019 também será de igualdade no circuito mundial de surfe. Conforme anunciado pela WSL em setembro de 2018, a partir deste ano, todos os eventos preparados diretamente pela organização terão premiações iguais nas categorias masculina e feminina.
As novidades na modalidade não param por aí. A temporada será de classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, primeira vez em que o esporte fará parte do maior evento esportivo do planeta. Ao final do ano, o ranking mundial determinará 18 dos 40 lugares na competição. Apenas dois atletas por país podem se classificar. Há outras formas de se buscar uma vaga em Tóquio além da Liga Mundial.
Os Jogos Mundiais de Surfe (organizados pela ISA, federação internacional da modalidade, e menos relevantes que a liga) e o Pan-Americano de Lima, no Peru, no meio do ano, também distribuirão posições nos Jogos.
— Em virtude da Olimpíada, o Kelly Slater deve vir muito forte para realizar seu último sonho como surfista. Ele tem 47 anos e já conquistou 11 títulos mundiais. Seria fechar a carreira com chave de ouro — destaca Brant.
OS FAVORITOS
GABRIEL MEDINA
O paulista surge como maior favorito para a conquista do seu terceiro título mundial. Vencedor do troféu na temporada de 2018, Medina tem como principal objetivo manter seu surfe constante assim como foi no ano passado. Algo que não conseguiu na temporada subsequente a sua primeira vitória de campeonato na temporada de 2015. Ficou em primeiro lugar no Taiti, no Surf Ranch (piscina com ondas) e no Havaí.
JULIAN WILSON
Vice-campeão mundial em 2018, o australiano busca seu primeiro título mundial. Ele é um dos surfistas mais talentosos do CT e foi quem esteve mais perto de acabar com o reinado brasileiro na temporada passada. Venceu na Gold Coast e também em Hossegor, na França, no ano passado.
FILIPE TOLEDO
O talentoso surfista paulista venceu duas etapas na temporada passada, mas precisa manter sua regularidade durante toda a temporada para conseguir o tão sonhado título mundial. Completa 24 anos em abril e aparece como um dos postulantes a ser campeão. Venceu no Rio de Janeiro e na África do Sul.
JOHN JOHN FLORENCE
Foi bicampeão mundial nas temporadas de 2016 e 2017, mas passou o ano de 2018 se recuperando de uma lesão no joelho. É um dos grandes adversários dos brasileiros na busca pelo troféu de campeão mundial. Resta saber como se sairá após passar um ano parado. Tem como característica principal os seus aéreos marca dessa nova geração do surfe mundial.
ÍTALO FERREIRA
Como Medina, o potiguar foi o atleta que mais venceu etapas em 2018 - Bells Beach, Peniche em Portugal e Bali. Vem de sua melhor temporada com um surfe potente e com aéreos de deixar muito gente assustada. Mais um integrante da Brazilian Storm com grandes chances de manter o Brasil no topo do surfe mundial.