Primeiro foi o corre-corre e as bombas de gás lacrimogêneo. Depois, a desinformação e a frustração de não consegui ver o jogo. Assim foi o domingo dos torcedores de Vasco e Fluminense, que disputaram a final da Taça Guanabara –o Vasco venceu por 1 a 0 e levantou a taça.
Uma guerra de decisões sobre a permissão da entrada de torcedores no Maracanã tomou o sábado e o domingo. Primeiro, os torcedores poderiam assistir à partida. Depois, a Justiça não permitiu mais. Em seguida, a Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) afirmou que as pessoas poderiam entrar no estádio.
Horas depois, o Jecrim (Juizado Especial Criminal) proibiu a entrada das pessoas. A decisão foi revogada em seguida e alguns torcedores entraram no Maracanã aos 30 minutos do primeiro tempo. Aos cinco minutos do segundo tempo, contudo, os portões foram fechados e parte da torcida ficou de fora.
Torcedores encontram os portões fechados e não conseguem entrar no Maracanã Julia Barbon/Folhapress Torcida do Vasco em frente ao portão B do Maracanã, sem conseguir entrar Quando soube que os portões haviam sido abertos, um grupo de torcedores do Fluminense que estava num bar próximo ao estádio chegou a ser escoltado pela polícia até o Maracanã.
Como não houve venda de ingressos neste domingo (17) por causa da decisão judicial, eles esperavam poder entrar sem pagar. Quando chegaram, porém, a entrada não foi permitida.
—ouve um boato de que os portões estariam abertos, mas só está entrando quem tem ingresso — firmou o torcedor Alexandre Geoffroy, 36.
Um torcedor e um policial chegaram a discutir, mas não houve tumulto. O grupo, de dezenas de pessoas, decidiu retornar ao bar para assistir o resto da partida.
Todos os portões foram novamente fechados aos 5 minutos do segundo tempo, como de costume.
Muitos torcedores que chegaram ao estádio mais tarde, assim que souberam que ele seria aberto, deram de cara na porta. Eles reclamam que esse prazo não tenha sido estendido em um dia atípico como esse, com um vaivém de decisões.
— Vim pro estádio mais cedo, voltei para casa quando soube que estava fechado e, quando abriram as portas, voltei. Quando cheguei, estava fechado. Absurdo isso, como eles não deixam os portões abertos por mais tempo numa situação como essa? — disse Mikael Ammari, 35, torcedor do Vasco que tentava entrar pelo setor B.
A Ferj não se manifestou até agora sobre o motivo para os portões terem sido fechados novamente.