Foi-se a época em que a mulher era apenas uma coadjuvante. Um comparativo com outro esporte, na liga profissional de futebol americano (NFL), afirma que 45% dos seus fãs sejam do segmento feminino. Para ressaltar a importância e o crescimento da mulher no mercado consumidor, estudos comprovam que em apenas 3% dos lares os homens que tomam a decisão de compra.
As mulheres estão ocupando cargos de gestão dos clubes, participando com propriedade em programas esportivos, e frequentando estádios. Além de existir as torcidas organizadas femininas há algum tempo.
Nos últimos dias, a Netshoes divulgou que a compra de camisetas femininas dos clubes brasileiros cresceu 55% de 2018 para esse ano, tendo como destaque à dupla Gre-Nal que está entre as 10 mais vendidas (o Inter em quinto e o Grêmio, em 10º). A Dupla também modificou a carteirinha de sócio para o sexo feminino colocado alcunha de "sócia".
Ouso dizer que esse aumento do público feminino será um catalisador no crescimento do futebol feminino no país. Alguns clubes europeus disponibilizam "cotas" aos parceiros que possuem como alvo o público feminino — tendo como exemplo a Avon como patrocinadora máster do time de mulheres do Liverpool. Elas se tornaram consumidoras ativas da indústria do esporte. Mas o que os clubes estão fazendo para fidelizar esse público?
Infelizmente, esse processo é lento. Ainda temos uma cultura ultrapassada e machista que faz com que o estádio seja um ambiente hostil para o público feminino. Mas considero um futuro positivo, porque cada vez mais elas estão se tornando participantes ativos nessa indústria gigantesca. O caminho deve ser construído junto aos clubes, que devem ser os principais incentivadores desse público em suas "casas".
As equipes devem agir junto aos departamentos de marketing, criando ações e ativações para que as mulheres se sintam mais confortáveis e seguras nos estádios para torcer e para consumir os produtos e serviços do clube. Com uma maior presença feminina, os times podem viabilizar novas oportunidades de negócio, construindo parcerias estratégicas que abracem essa causa, convertendo o preconceito em um diferencial de mercado.