Há dois objetivos para o Atlântico neste domingo (9), quando a equipe entra em quadra para decidir a Liga Nacional de Futsal. O primeiro é dar ao time a única conquista que ainda não tem. O segundo é devolver o Rio Grande do Sul ao topo do pódio do futsal nacional. A partida contra o Pato-PR está marcada para 11h no ginásio Caldeirão do Galo, em Erechim. Como perdeu a primeira partida por 6 a 0, a equipe gaúcha precisa vencer no tempo normal e pelo menos empatar na prorrogação para ser campeã. Não há saldo de gols. O SporTV anuncia transmissão e a Rádio Gaúcha fará um serviço especial para acompanhar o confronto.
A decisão é especial também para o pivô Keké. Capitão do Atlântico, o jogador de 36 anos viveu o auge de sua carreira no clube. Esteve presente nas maiores conquistas: Estaduais (2014 e 2016), Taça Brasil (2013), Libertadores (2014) e Mundial (2015). E, assim como ao Atlântico, lhe falta a Liga Nacional de Futsal.
— Bati na trave duas vezes já, sendo vice (uma com o Atlântico, outra com o Corinthians). É meu objetivo na carreira. A Liga é o campeonato mais difícil do mundo. Atravessamos o ano jogando, exige regularidade e superação. Claro que o Mundial é o ápice, mas ser campeão no Brasil seria a consagração do nosso trabalho aqui — diz o jogador, que lidera a corrida pela artilharia da competição.
Com 21 gols, Keké só é "ameaçado" por dois jogadores. Um é Café, companheiro de time, que marcou 19. O outro é Danilo Baron, do Pato, 17. O Atlântico é o dono do melhor ataque da competição, com 90 gols em 25 partidas. O Pato tem 82.
É na força ofensiva que está uma das crenças do time erechinense para buscar a virada. A goleada sofrida no primeiro jogo ainda é uma cicatriz nos jogadores.
— Foi até uma vergonha, para dizer a verdade. E essa vergonha é nosso combustível. Fizemos nossa pior partida do ano justamente na decisão do campeonato. Não vamos repetir isso. Somos fortes em casa e vamos, respeitando a grande equipe do Pato, dar a volta. É entrega total — garante Keké.
De fato, em casa o Atlântico é muito forte. O time está invicto no Caldeirão do Galo. Na Liga Nacional, ganhou 11 dos 12 jogos que disputou em frente à torcida. Que lotará o ginásio. Todos os 3 mil lugares estarão preenchidos, e os ingressos esgotaram-se já na manhã de sexta-feira.
E de Erechim, Keké entende. O paulistano está desde 2013 na cidade do norte gaúcho. Garante estar completamente adaptado. Levou a família – mulher e três filhos – e diz que nem pensa em mudar de ares. É quase uma celebridade local. E até brinca com a situação:
— O problema é que o pessoal confunde com os jogadores de futebol e acha que somos milionários. O futsal é outra história! Por eu gostar tanto daqui, a direção me deixa sempre por último na hora de renovar contrato. Eles sabem que não quero sair. Acho até que eu poderia pedir mais aumento — diverte-se.
O técnico Giba deve ter todos os jogadores à disposição. Além de Keké e Café, os principais destaques do time são Careca (eleito melhor goleiro da Liga), Allan, Selbach, Lucas e Jé.
No Pato, o técnico é Sérgio Lacerda, escolhido o melhor do campeonato. O time foi o campeão da Taça Brasil justamente em cima do Atlântico, e em Erechim, em 2018. Danilo Baron, Djony, Well, Di Maria, Alemão e Batalha são alguns dos principais nomes.