Em quatro anos, Alisson foi de reserva do Inter à segunda negociação mais cara da história envolvendo um goleiro. Após assumir a titularidade no time gaúcho, em 2014, chegou à Seleção Brasileira, virou o dono do gol da Roma e foi comprado pelo Liverpool por 72 milhões de euros.
Cinco meses depois de chegar ao Anfield, o gaúcho de 26 anos já está fazendo história. Em entrevista a GaúchaZH, ele falou sobre a vida na Inglaterra, a adaptação ao futebol europeu e o contato com ex-colegas de Inter. Confira:
Qual é a sua avaliação dos primeiros meses em Liverpool?
Está sendo muito positivo, eu fiquei muito feliz com a mudança, está sendo muito bom para a minha família, e também para a minha carreira, em termos de projeção. O Liverpool é uma grande equipe do futebol mundial, disputando títulos na Premier League e na Champions League. Estou me adaptando rápido ao idioma e ao trabalho diferente.
Como está sendo esta adaptação?
Em todos os casos tem que ser devagar. Mas no meu caso a exigência já é muito grande, pelo jeito que a venda foi concretizada, batendo um recorde no valor de transferência de um goleiro. A cobrança em relação ao meu desempenho é sempre por perfeição. É difícil chegar à perfeição, mas eu trabalho muito para isso. Ainda é cedo para dizer se estou totalmente satisfeito. Venho acertando e errando, e é desta maneira que crescemos na profissão. O que posso dizer é que estou muito feliz com a mudança de cidade e de liga, e a minha família está muito feliz.
O que você gosta de fazer na cidade?
Eu sou muito caseiro, gosto mesmo é de ficar em casa aproveitando a minha filha, porque este é um momento especial da minha vida. Ela tem um ano e sete meses, então ela acaba sempre querendo ficar perto quando estou em casa. Com esta rotina de viagens, quando estou em casa eu quero é ficar brincando e dando atenção. O país é muito organizado em tudo e o próprio campeonato já é um exemplo disso. Me mudei para cá faz pouco tempo, mas me surpreendi com tanta organização. Um país que sofreu muito com guerras, que lutou muito e conseguiu se reconstruir de uma maneira impressionante. Tudo funciona, tudo é organizado. O metrô, o trem. As pessoas tem uma rotina onde as coisas funcionam. Então entramos neste cenário. E no meu caso, que estou aqui por causa do futebol, é também impressionante. Todos os clubes com uma estrutura muito boa, campos com um ótimo padrão, o que favorece muito o jogo.
O trabalho na preparação de goleiros é muito diferente?
Cada país tem a sua escola e a sua metodologia de trabalho. A escola brasileira revela muitos goleiros, e alguns vêm para a Europa. A escola italiana também é de muita tradição e ótimos goleiros, e agora estou entrando em outro cenário aqui na Inglaterra. Eu não mudo o meu jeito de defender, o que muda é o estilo de jogo da equipe, então esta é a adaptação que eu tenho que fazer no meu trabalho.
Como é a relação com Jurgen Klopp?
É um grande treinador. Ele é muito inteligente e entende demais de futebol. E além disso é uma grande pessoa. Tem o mesmo perfil do Tite, de tratar o jogador de maneira diferente. É um cara que age muito com o coração e tem uma vontade de vencer enorme. Ele transmite isso para os atletas e ganha a confiança de todos.
E como está o contato com o pessoal do Inter?
Tem o grupo de Whatsapp dos goleiros, estão os goleiros atuais do Inter, e o Dida, Agenor, e o meu irmão Muriel. Além dos preparadores de goleiros, que eu converso muito. O Durgue Vidal, que foi super importante na minha vida e no meu crescimento profissional. Também falo com o Daniel Pavan. Foram dois caras muito importantes. Levo essa amizade até hoje. O Odair também é um cara sensacional. O "Papito" merece tudo que está vivendo. Tem um relacionamento muito bom com os jogadores. Sempre trabalhou muito sério para ajudar o Inter a crescer, é muito inteligente e sabe organizar a equipe.