Em 2018, o Tubarão foi a surpresa do Campeonato Catarinense ao terminar em terceiro lugar - atrás apenas de Figueirense e Chapecoense, mas à frente dos tradicionais Avaí e Criciúma. A campanha fez com que o clube, que carrega o nome da cidade consigo, pensasse em dar voos maiores na próxima temporada - ou melhor, mergulhos mais profundos. Se neste ano um gaúcho (o São José) foi o algoz pela Série D, no início de fevereiro, um outro cruzará o seu caminho: o Brasil-Pel, pela primeira fase da Copa do Brasil, em jogo único. E um indício de que os catarinenses pensam grande está no treinador anunciado no início deste mês: Silas, campeão gaúcho com o Grêmio em 2010.
Você está há pouco tempo no Tubarão. O que te fez aceitar o convite do clube catarinense? Como estão sendo estes primeiros dias de trabalho?
O Júlio (Rondinelli, gerente do Tubarão) já tinha me procurado para trabalhar com ele no Avaí. Agora, ele me ligou, e eu tenho escutado boas notícias sobre o clube. Pela seriedade e estrutura, decidi vir para cá. Constatei que é isso mesmo, que o clube vem crescendo e tem tudo para seguir neste caminho. Então, não vejo muitas resistências dos jogadores em vir para o Tubarão. Existem lugares que, por atraso de salários e falta de estrutura, o jogador não quer ir jogar. Não é o caso do Tubarão. Então, é tentar tirar o máximo.
Quais são os objetivos do Tubarão em 2019?
A ideia é repetir a campanha do Estadual, avançar o mais longe que pudermos na Copa do Brasil e o acesso para a Série C. Entendemos que, fazendo um trabalho sólido neste início de ano, vamos entrar forte na briga pelo acesso. A Série D é um campeonato difícil, mas a ideia é ter um calendário melhor, por quase todo o ano, em 2020.
Como recebeu o sorteio da Copa do Brasil, que colocou o Brasil-Pel no caminho de vocês?
A notícia é bem recente, então agora é que vamos trabalhar em cima do que poderá vir a ser este jogo. O Brasil é uma força do Rio Grande do Sul. Acho que tem tudo para ser um bom jogo.
O grupo de jogadores já está fechado? Dá para dizer que o principal jogador hoje do clube é o atacante Edno, ex-Corinthians e Portuguesa?
Ainda não temos o grupo fechado, mas está caminhando para isso. Temos o Edno, o zagueiro Jailton, que foi meu atleta no América-MG, o atacante Vinícius Baiano, que trabalhou comigo no Avaí. Temos jogadores com perfil muito bom, bom biotipo, fortes e com muita vontade de crescer na carreira. O corpo técnico também é muito capacitado. Estamos muito felizes com o que está acontecendo até agora.
O Tubarão também tem alguns jogadores formados na base do Grêmio, como o volante Guilherme Amorim e o centroavante Batista. Como eles estão por aí?
Quando o jogador vem de uma escola como a do Grêmio, Inter, Palmeiras, Corinthians, enfim, clubes grandes, ele está preparado para jogar qualquer competição. A questão é você estimular este jogador e mostrar para ele que pode voltar a ser jogador do Grêmio. Ele não foi escolhido porque ele era bonito, mas porque tinha qualidade. Então, é trazer de volta aquela raiva que o jogador precisa ter para vencer na vida, equilibrar o extracampo e saber que o corpo é uma ferramenta de trabalho. A ideia aqui é ser gestor na carreira destes meninos, para que eles chamem a atenção de novo.