Francisco Luz é um dos editores aqui do esporte da Zero Hora (e de GaúchaZH). Trata-se de um dos jornalistas mais antenados que conheço. Uma enciclopédia. Lembra de detalhes do Campeonato Italiano de 1984, que ocorreu um ano antes de ele nascer. Sabe a quantidade de medalhas da Rússia nos Jogos Olímpicos. Sabe a ordem dos presidentes americanos.
E não pensem que é um nerdzinho, nada disso. No nosso arquivo de fotos, tem uma imagem dele bem louco no alambrado do Estádio Centenário comemorando o título gaúcho do Novo Hamburgo.
O Chico é o nosso especialista em Fórmula-1. E em Stock Car. Claro que a gente não perdoa. Diz que dirigir carro não é esporte. Aquelas brincadeiras. Pois o homem que acompanha modalidades cujas regras mudam a cada ano é contra a modernização do futebol. Quer dizer, em partes.
Porque ele é a favor do VAR. Adorava ver, na Copa do Mundo, o juiz consultar 35 replays e marcar pênaltis quando a bola batia no braço do zagueiro. Mas o Chico é contra a medida mais lógica para melhorar o futebol: parar o relógio quando a bola parar.
Nada é mais irritante no futebol do que a cera. Principalmente quando é contra o time da gente. Ela é a causadora de todos os males.
É por poder perder tempo que há reclamação. O jogador sabe que os minutos estão correndo e fica debatendo com o árbitro. É para perder tempo que há simulação (claro, não só por isso). Sabe que os minutos estão correndo e fica atuando como se tivesse levado um tiro, quando na verdade tomou um biquinho na canela (e olhe lá!). O goleiro leva dois minutos para bater um tiro de meta, a barreira fica um tempão sendo arrumada.
Para resolver isso, basta parar o tempo. Se os paramédicos precisarem entrar para atender um jogador machucado, sem problemas, esperamos. Se o time resolver inventar uma coreografia para Faroeste Caboclo após marcar um gol, esperamos.
Isso ajuda a todos. Primeiro: o futebol, enfim, vai entregar o que promete. Claro, não precisa ser 90 minutos. Dois tempos de meia hora, como já acha bom a Fifa, são suficientes.
Depois de implantar isso, o próximo passo é imitar o futsal e o basquete (de novo) e limitar as faltas. Sete por tempo já fica legal. Da oitava em diante, chute sem barreira atrás da meia lua. Os atacantes ficariam constrangidos de derrubar zagueiros na linha de fundo. E o Chico ficaria feliz de ver como atualizar as regras faria bem para o futebol. Rebate essa, amigão.