O Esporte Clube Novo Hamburgo existe antes do município de Novo Hamburgo. O clube é de 1º de maio de 1911. A cidade, de 5 de abril de 1927.
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São (quase) 106 anos de história, representando o município do Vale do Sinos. E, agora, no maior momento da sua história.
Não falta tradição ao Noia e nem mesmo reconhecimento – afinal, todo o Estado conhece o clube, sempre conheceu. O que nos faltava era a chance de mostrar a nossa grandeza. De viver o que tantos outros clubes do Interior curtiram nestes últimos anos: vitórias sobre a dupla
Gre-Nal, uma final de Gauchão.
Bem, o Noia está na decisão, e eu ainda não consigo acreditar nisso, apesar de ter vivido toda a inacreditável noite de domingo no Estádio do Vale. São 65 anos de espera, gerações de hamburguenses que nunca viram o clube da cidade com chance de ser campeão gaúcho. O clube que sempre foi teimoso o suficiente para manter as portas abertas em todos estes 106 anos, sem jamais fechar o departamento de futebol, sem jamais se licenciar. Mesmo sem torcida, mesmo sem destaque nenhum em 95% deste tempo.
Eu tinha sete anos quando me mudei para perto do velho Estádio Santa Rosa e logo me acostumei com a proximidade do estádio. Diversos amigos jogavam nas escolinhas do clube e faziam seus aniversários por lá. Isso tudo em uma época de penúria total, com o Noia na Terceira Divisão estadual, precisando vender até as telhas da cobertura do estádio para pagar as contas.
O sacrifício todo já valeu a pena. O Novo Hamburgo está na final e já fez muito mais do que qualquer pessoa que tenha a mínima simpatia pelo Anilado podia querer. O resultado coroa o trabalho de abnegados dirigentes que investem seu tempo e dinheiro para manter o clube vivo. Premia os funcionários que estão lá há anos e passaram por todas as fases, boas e ruins, do Noia. E coloca este grupo de jogadores e o fantástico técnico Beto Campos em um patamar inédito na história hamburguense – tudo isso simbolizado por Preto, jogador daqui, prata da casa, capitão e que, aos 35 anos, tem jogado como um guri para comandar este time ate a final.
Mas é inevitável fazer um último pedido: vamos lá, Noia. Essa é a hora de mostrarmos para todo o Brasil a nossa grandeza e a nossa história. Sempre contigo estaremos, Anilado!