Depois de dois anos, Guto Ferreira voltou à Chapecoense, reencontrou velhos conhecidos, chamou muitos pelo nome e recordou do elenco que comandou entre 2015 e 2016, quando venceu o Campeonato Catarinense. O treinador, aliás, pretende resgatar a característica de velocidade da equipe. Durante sua passagem, o time tinha jogadores agudos no ataque, como Maranhão, William Barbio e Ananias. Antes, ele deseja encontrar a formação ideal.
— Vamos trabalhar para aproximar o time, primeiro encontrar o equilíbrio entre atacar e defender e ver dentro do grupo quem completa quem para montar uma defesa forte e um time com velocidade pelos lados do campo — destacou.
Daquele time de 2015 e 2016, Guto citou Cleber Santana e outros jogadores do elenco que acabou vítima da tragédia aérea de novembro de 2016, quando já não estava mais no clube.
— A gente tem que honrar os caras que se foram, foi como se fosse um chamando, vai lá, faz o melhor e tenta nos honrar — disse.
E essa relação muito próxima com a Chape, segundo o treinador, foi decisiva para voltar a usar a jaqueta cinza com o símbolo verde e branco.
— O convite recebido na segunda-feira à noite foi prontamente atendido, pois um convite da Chape toca muito. Foi uma passagem marcante e que culminou na sequência com o grande trabalho do Caio Jr., de conduzir o clube no melhor momento da sua vida. Hoje é um desafio grande, mas que a gente acredita que pode fazer o melhor e dar sequência a muita coisa positiva que foi feita pelo Gilson (Kleina), buscando colocar as nossas ideias de futebol, nossa metodologia em prol de realizar um trabalho. E vamos atingir as metas estabelecidas.
A meta, aliás, é de ficar entre os dez primeiros colocados do Campeonato Brasileiro, que foi colocada pelo presidente Plínio David De Nes Filho, na apresentação do novo técnico. Guto Ferreira chega numa situação similar à de 2015, quando substituiu Vinícius Eutrópio, com o trabalho já em andamento. A diferença, porém, é que a equipe tem mais rodadas disputadas e menos de pontos conquistados.
O treinador pretende fomentar novas lideranças, dar confiança ao grupo e manter motivado não só os jogadores que estão atuando, mas também aqueles que jogam menos tempo. Guto ainda vai avaliar se há necessidade de mais algum reforço, pois o prazo de inscrição de novos jogadores está quase no fim. O novo comandante reforçou a necessidade de união de forças dento do clube e o apoio do torcedor.
Questionado sobre sua saída em 2016 por uma proposta melhor vinda do Bahia, Guto disse que já tinha ficado um ano no clube e era um desafio novo, além da vantagem financeira na época. Mas afirmou que novamente quer ficar ao menos uma temporada no clube ou um tempo ainda maior.
O presidente do clube, Plínio De Nes, ressaltou que o treinador e seus auxiliares – André Luís e Alexandre Faganello, além do preparador físico Valdir Júnior – vieram dentro da realidade financeira da Chape. Guto, aliás, terá um salário menor em relação ao que recebia no Inter e Bahia. Os valores, porém, não foram divulgados. Quanto ao diretor de futebol para substituir Rui Costa, ainda não foi definido o nome do substituto.