A situação de Gustavo Scarpa parece longe de uma definição. Dalva Macedo, juíza da 70ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ), deu ganho em primeira instância ao Fluminense no processo movido pelo meia contra o clube carioca nesta segunda-feira (11). Isso significa que está mantido seu vínculo com a equipe das Laranjeiras, e o contrato firmado com o Palmeiras não tem validade. Ainda cabe recurso.
A decisão da juíza era muito aguardada, já que o jogador teve seu contrato com o Palmeiras suspenso em 16 de março, quando o TRT-RJ derrubou a liminar que o liberava de seu vínculo com o Fluminense enquanto o processo corre na Justiça. O contrato com o Flu voltou a valer, mas Scarpa sequer cogitou se apresentar e ficou treinando sozinho em sua cidade, Hortolândia (SP).
Embora o camisa 14 possa recorrer da decisão, não há prazo para que o caso seja novamente julgado, agora em segunda instância. Por isso, a data para sua volta ao Palmeiras também é incerta, caso o clube aguarde até o fim do processo, como vinha fazendo.
Na última quinta-feira, o TRT-RJ, em segunda instância, já havia negado o mandado de segurança do jogador que pedia a liberação do Fluminense para que pudesse defender outro clube antes do fim do julgamento do caso.
Scarpa entrou na Justiça no fim de 2017, pedindo sua liberação do clube das Laranjeiras. Ele cobrava mais de R$ 9 milhões em dívidas. O valor se refere a salários, férias e 13º atrasados, além de parcelas do FGTS – o Flu, no começo do ano, pagou parte desta dívida para evitar perdê-lo na Justiça. Ainda assim, o Palmeiras o contratou quando saiu a primeira liminar favorável ao atleta, sem a necessidade de pagar nada ao Fluminense.
A juíza considerou improcedente o pedido para liberação e pagamento dos R$ 9 milhões, sob o argumento de que o meio-campista chegou a renovar seu contrato quando já estava com recebimentos atrasados. O jogador esperava uma vitória para voltar a jogar no Palmeiras, que já disse não se envolver na disputa entre o meia e sua ex-equipe.
Com Scarpa livre, o Palmeiras iria comprar diretamente do atleta seus direitos econômicos por 6 milhões de euros (R$ 26,6 milhões), mas não fez o depósito da quantia por conta do imbróglio judicial.