ACBF e Cerro Porteño, do Paraguai, voltam a se encontrar pela Libertadores de Futsal, neste sábado, às 13h, no Centro Municipal de Eventos, em Carlos Barbosa. A diferença que em 2018 não será na grande decisão como foi há um ano e vencida pela equipe laranja. Um novo momento e na casa dos serranos — em 2017, a competição foi no Peru —, fatores que poderão pesar para este reencontro tão pesado para o futsal sul-americano.
— É um adversário tradicional, que venceu a Libertadores em 2016, foi finalista em 2017 e agora está na semifinal. Ele sabem jogar esse tipo de torneio. Individualmente é uma equipe muito boa, bem organizada e diferente do que encontramos pelo caminho até esta fase. Esperamos um nível altíssimo de dificuldade. Nos encontramos numa fase onde não tem mais onde escolher caminho, vale vaga na final e precisaremos atenção em todos os aspectos — opina o técnico Marquinhos Xavier.
A única certeza deste confronto é que o finalista irá encarar outro brasileiro pelo título. Na outra semifinal, Magnus e Joinville medem força às 11h, também no Centro de Eventos. No domingo, a disputa pelo terceiro lugar será às 11h e a grande final será às 13h.
— Tivemos esse ano um formato de competição com descanso antes das quartas e da semifinal. Isso dá possibilidade de o adversário ter força máxima. No ano passado, percebi um desgaste no time do Cerro e tivemos uma supremacia no quesito físico. Mas isso foi muito pela forma de disputa. Esse descanso na sexta dá uma boa condição para as duas equipes jogarem no sábado.
Um fim de semana de muito futsal na Capital Brasileira da modalidade. A ACBF pensa no penta da Libertadores.
Entrevista com Clóvis Tramontina, presidente de honra da ACBF
Em entrevista ao Gaúcha Mais, Clóvis Tramontina falou sobre a possibilidade da ACBF de obter o título da Libertadores de Futsal:
A chance de a ACBF levantar a taça da Libertadores da América é grande?
Sem dúvida. Tivemos três vitórias na fase classificatória e, na quinta-feira, vencemos novamente. São quatro vitórias, 100% de aproveitamento. Neste sábado, às 13h, vamos, contra o Cerro Porteño, do Paraguai, confirmar a presença na final. E quem sabe o quinto título da Libertadores para Carlos Barbosa? Vibro se a gente ganhar essa competição pelo seguinte: neste ano, Carlos Barbosa foi nomeada como a Capital Nacional de Futsal. Já pensou ganhar o título neste ano? Sensacional.
A ACBF é a atual campeã. E o Cerro Porteño, rival no sábado, foi o adversário naquela decisão.
Exatamente. Foi no Peru, 2 a 1. E não foi um jogo fácil. Eu estava falando com o Falcão (jogador de futsal no Magnus) e comentávamos que, antigamente, quando jogavam times brasileiros com equipes estrangeiras, o placar era seis, sete ou oito gols de diferença. Hoje, se equiparou. Eles melhoraram, e nós caímos um pouco de produção. Temos de admitir.
Quando se firmou a convicção de que o futsal poderia se arraigar tanto em Carlos Barbosa?
O futsal em Carlos Barbosa é muito antigo. Houve um padre aqui que construiu um ginásio de esportes na década de 1960. Foi o primeiro ginásio coberto da região. Imagina, em uma região fria, havia jogos de futsal, me lembro, até a madrugada, 1h, 2h. Logo depois, começou o campeonato citadino, que já tem mais de 50 anos de história. O citadino tinha duas grandes equipes: o Real, a minha, e o o meu primo, que era o River. E eu nunca ganhei dele. Em 1976, eu disse pra ele: se eu perder de vocês esse ano, eu tinha montado um belo time, vou disputar o Campeonato Estadual. A gente nem sabia o que era Campeonato Estadual, claro que era uma ousadia. Aí ele me disse assim: "Como tu vai fazer"? Respondi: "Por que a gente não une os dois times"? E nós unimos. O Aldo Pontin, dono da Lancheria Original, que eu brinco que é a Times Square de Carlos Barbosa, onde tudo acontece, deu o nome. Falou: "Por que vocês não colocam o nome da cidade"? Boa ideia.
E as cores?
O preto do River, o branco do meu time, o Real, e o laranja da Holanda, da Laranja Mecânica, sensação na época. E aí começou. Por 20 anos, continuamos perdendo. Mas daí os dois juntos. Meu primo dizia que ele se uniu ao perdedor e não eu ao ganhador. Em 1996, ganhamos o primeiro título gaúcho em cima do Internacional. E de lá pra cá, todos anos ganhamos pelo menos uma competição.
Algum dia o Falcão vai vestir a camisa da ACBF?
É difícil. É uma questão de orçamento.
Qual foi o melhor jogador que vestiu a camisa da ACBF?
Fininho.
E o Choco?
Também. Tem uma parcela de torcedores que diz que foi o Choco, e outra, como eu, que diz Fininho. Para mim, o Fininho era mais completo. Ele, inclusive, foi homenageado na Libertadores. Estamos fazendo uma coisa muito bacana: a cada noite, homenageamos um ídolo do futsal. Começamos com o Fininho, depois foi o Choco, depois a Amandinha, depois, o Falcão, e no sábado será o Manoel Tobias. No domingo, ainda não sei quem será o personagem.