O zagueiro Wagner Fogolari, do São José-RS, teve a confirmação clínica de que está curado do linfoma de Hodgkins. Foram seis meses e 12 sessões de quimioterapia até o resultado do exame Pet Scan, que não detectou tumores no corpo do jogador de 28 anos.
Nos próximos dias, o médico do São José e o responsável pelo tratamento do atleta devem se reunir para estabelecer um planejamento de retorno aos treinamentos. Por enquanto, como fez durante todo o tratamento, Wagner continuará presente em todos os treinamentos. Ele já tem liberação para atividades físicas leves.
Aprendi que é importante dar valor às pequenas coisas da vida. Aquela coisa de reclamar porque tem que treinar, tem que levantar cedo, tem que correr todos os dias. Nunca me senti tão feliz de poder fazer isso. Todos os dias, mantinha minha força para estar aqui, de pé e firme. Depois dos primeiros dois dias do diagnóstico, em que eu realmente tive medo do que pudesse acontecer, eu tive a certeza de que voltaria. Nunca me deixei abater por essa doença.
WAGNER FOGOLARI
— Estou novo outra vez. Eu disse que voltaria para o Gauchão. Estou aí — disse o jogador, bem-humorado, ao site do clube.
Mesmo sem uma liberação clínica para os treinamentos, o preparador físico Martinho Inácio não tem dúvida de que está diante de uma recuperação diferente a ser conduzida.
— A força de vontade e a energia positiva do Wagner poderão acelerar o processo. Mentalmente ele tem muita força, e isso se reflete fisicamente — afirmou o especialista.
Veja alguns trechos de sua entrevista para o site do São José.
Mesmo longe do gramado, participaste da rotina do clube. O quanto foi importante isso?
Eu nem vejo como liderança. Fazia muito bem para mim estar aqui no estádio, junto com os meus companheiros que são uma segunda família para mim. Claro que, não podendo jogar, eu conseguia puxar um ou outro para conversar mais, de repente dar algum conselho. Mas eles me ajudavam muito mais do que eu a eles. A força dos amigos me ajudou demais a superar esse momento. E eu tentei dar a minha colaboração, como sempre fiz. Agora, voltando, acho que posso ajudar ainda mais no grupo de jogadores.
No momento do diagnóstico, tu estavas prestes a ser pai pela segunda vez. Teve medo?
No começo, tive muito medo do que pudesse acontecer. E se eu não pudesse ver a minha filha nascer, pegar ela no colo? E se eu não pudesse mais conviver com o meu filho? Mas aí é que eu tive força da família, dos amigos e de todos ao meu redor. Essa torcida para que eu me curasse foi fundamental para mim. Em nenhum momento, depois daquelas primeiras horas, eu me enxerguei como alguém doente. Eu estava ficando forte para voltar.
No dia em que confirmou o diagnóstico, tu fizeste uma promessa. Durante o tratamento, mesmo em dia de quimioterapia, estavas aqui na arquibancada e repetiu a promessa. Está de pé?
Eu vou cumprir. Eu disse que no Gauchão estava de volta. Não sei ainda quando, em qual rodada. Também não sei quando vou ser escalado. Mas pode ter certeza de que vou cumprir. Estarei à disposição ainda no Gauchão.