"Jogadores badalados deixaram o clube, um novo presidente assumiu e os problemas de caixa voltaram a aparecer. Diante desse cenário, o Santos resolveu apostar na base." O trecho acima poderia ser citado depois de 2002 ou em 2010, quando o Peixe foi campeão brasileiro após o surgimento de Robinho e Diego e da Copa do Brasil com Neymar e Ganso. Das receitas que deram certo no passado, o elenco atual tem alguns ingredientes, mas vai precisar de muitos dotes para repetir.
Depois de perder Lucas Lima e Ricardo Oliveira, o Peixe ainda não tem peças de reposição. Apenas um lateral-esquerdo, Romário, foi contratado para suprir a ausência de Zeca. No ataque, Eduardo Sasha foi emprestado pelo Internacional, mas não deve atuar como centroavante.
Em contrapartida, o técnico Jair Ventura deve manter o sistema de jogo utilizado nas últimas temporadas e preservar a principal qualidade do time, com Bruno Henrique e Copete atacando pelos lados.
A pitada que toda a torcida santista aguarda não deve ser adicionada logo nas primeiras rodadas do Campeonato Paulista. Os garotos Yuri Alberto, Rodrygo, Lucas Lourenço e Victor Yan, promovidos da base entre o fim do ano passado e o início desta temporada, ainda buscam mostrar serviço para o treinador e adquirir massa magra.
Os dois primeiros foram os que mais chamaram a atenção da antiga comissão técnica formada por Elano. Yuri Alberto, de 16 anos, foi artilheiro em algumas competições de base, mas foi em um Campeonato Paulista que se destacou ao anotar 32 tentos em uma edição do Estadual, superando Diego, hoje no Flamengo. Já Rodrygo tem características semelhantes as de Robinho e Neymar no início da carreira. Franzino e rápido, se destaca com dribles e arrancadas.
Em 2017, o Estadual teve gosto amargo para o Santos. O Peixe foi eliminado nas quartas de final e, pela primeira vez em oito anos, ficou fora da final do Paulistão.