O ex-médico da seleção americana de ginástica, Lawrence "Larry" Nassar, foi condenado nesta quarta-feira a pena de 40 a 175 anos de prisão, por conta de abusos sexuais contra dezenas de atletas ao longo de pelo menos três décadas. Ele tem 21 dias para recorrer da sentença desta quarta-feira.
— Acabo de assinar sua sentença de morte. Você não tem direito de voltar a caminhar fora de uma prisão — disse a juíza Rosemarie Aquilina.
Na visão da magistrada, Nassar "ainda não entende que é perigoso". Aquilina disse estar convencida do poder de reabilitação, mas não vê que isso seja possível com Nassar.
Nassar pediu desculpas pela "dor, trauma e destruição emocional" de suas vítimas.
— Não existem palavras para descrever a profundidade e a amplitude do quanto lamento o que aconteceu — expressou o ex-médico, que tratou de se dirigir a algumas das atletas denunciantes na sala mas foi interrompido por um chamado da juíza.
Lawrence Nassar, 54 anos, esteve vinculado ao grupo da Federação Americana de Ginástica durante quase 30 anos, atendendo às principais estrelas do time. Várias campeãs mundiais e multi-medalhistas olímpicas passaram por seu consultório.
Talentos da envergadura de Simone Biles, Aly Raisman, Alexis Moore, McKayla Maroney e Gaby Douglas, entre outras, denunciaram os abusos sexuais que sofreram durante anos por parte de Nassar.
Em dezembro de 2017, Nassar já tinha sido condenado a 60 anos de prisão por posse de pornografia infantil.
O escândalo motivou a renúncia de vários dirigentes da Federação. Em novembro, o presidente Steve Penny perdeu o cargo.
A saída dos funcionários se tornou inevitável depois da estrela Rainsman se perguntar como foi possível Nassar ter abusado de atletas durante décadas sem que a Federação fizesse algo para evitar.