Considerado um dos melhores meias da história do Grêmio e multicampeão pelo clube nos anos 90, o ex-meia Carlos Miguel foi a atração do "Cardápio do Zé" neste mês de janeiro. Na conversa lembrou sua história nas categorias de base, quando participou do primeiro Torneio Internacional de Santiago ou fez parte do time de melhor colocação na história da Taça São Paulo (vice-campeonato em 1991). Acompanhando o Grêmio com garotos neste início de Campeonato Gaúcho, ele se mostrou descontente com os resultados, apontou que houve um decréscimo de produção, mas ressaltou valores como o volante Matheus Henrique e o meia Lima como destaques positivos.
- Matheus Henrique apareceu muito bem. O Jean Pyerre a gente já conhecia do ano passado. É bom jogador. O Lima também é muito bom, mas não na posição em que atuou contra o São José, como atacante. Ele tem que jogar em velocidade vindo de trás.
Nas recordações de Carlos Miguel estão os títulos da década de 1990 , como o Gauchão de 95, quando o "Banguzinho" foi campeão com um gol dele ou o gol da final da Copa do Brasil de 97 contra o Flamengo no Maracanã:
- Ah! Foi o mais importante da minha vida. Até hoje as pessoas chegam em mim e lembram daquele gol.
Da mesma forma, elege a decisão do Brasileirão de 1996 contra a Portuguesa no Olímpico como seu jogo mais tenso da carreira. Sempre com bom humor, contou da relação com Luiz Felipe Scolari, o "melhor técnico de sua vida", que o xingava durante os jogos, dizia que ele estava gordo e que fez reparo até na data do seu casamento.
- Este era f... Foi uma pessoa que me ajudou muito. Só tenho a agradecer a ele.
Além da amizade com Felipão, Carlos Miguel mantém contato com praticamente todos os ex-companheiros daquela época, mas demonstra preocupação e lamenta o que aconteceu com o ex-centroavante Jardel.
- Já faz um tempo que não temos notícias dele. Não sabemos onde está. É um cara maravilhoso que a gente sempre tenta ajudar.
Dos tempos de Grêmio um lamento de Carlos Miguel: o fato de não ter sido convocado para a Seleção Brasileira.
- Fui chamado quando já estava no São Paulo. Estava realmente bem, mas queria ter sido convocado no tempo do Grêmio, especialmente entre 95 e 97. Aquele time era muito marcado como o "time do Felipão" e não se falava tanto das individualidades que tínhamos e que eram muito boas.
Outras lembranças destacadas foram o período na Europa - Portugal - em que foi adversário, mas vizinho do amigo Paulo Nunes, a passagem no Inter em, 2002 ou a volta ao Grêmio em 2003, quando foi treinado por Tite.