Com 54 anos de experiência no futebol gaúcho, praticamente todo este tempo dedicado aos clubes do interior, Francisco Neto, o Chiquinho, foi a atração de final de ano no Cardápio do Zé no Gaúcha Sports Bar. O ex-treinador, aos 76 anos, não está mais trabalhando , mas jamais deixou de acompanhar de cima o futebol. Garante que vai a muitos jogos do Gauchão, quase sempre nos que não há a dupla Gre-Nal atuando. É um fascinado pelos clubes interioranos, mesmo que tenha tido passagens por Grêmio e Inter.
Chiquinho é um dos maiores nomes da história futebolística gaúcha, tendo passado por praticamente todos os principais clubes do Estado.
- Nunca trabalhei em Passo Fundo. É uma raridade. - Faz a ressalva.
Lembra com carinho grandes equipes por ele treinadas nas décadas de 1970 e 80 como Atlético de Carazinho, Esportivo ou Caxias. Recorda também do carinho recebido da "sensacional" torcida do Brasil de Pelotas que qualifica como "inigualável". Dentre as tantas histórias contadas, Ciquinho destaca quando foi obrigado a se proteger numa viatura da Brigada Militar em função da ira da torcida adversária:
- A gente provocava antes do jogo. Por vezes apanhei. O jogo virava uma fumaceira. Uma vez, por segurança, me colocaram num fusca da Brigada e os torcedores viraram o fusca comigo dentro - relata com bom humor.
Lembrando a passagem pelo Grêmio, em 1984, contou que jamais imaginou que Renato, seu jogador, se transformaria no "excepcional" treinador de hoje e "maior nome deste Grêmio tricampeão da América". Chiquinho aproveita o assunto para se mostrar frustrado com Luan, dizendo que o jogador não assumiu a condição de principal jogador do time na disputa do mundial interclubes.
Francisco Neto também se mostra um criador de expressões, garantindo que dele se originou o tratamento de "bruxo" ou "meu bruxo" para designar alguém que é parceiro, cúmplice e amigo. Igualmente ficou no folclore do nosso futebol a "mula roubada" , citada certa vez para dizer que alguém pagaria por determinado prejuízo sofrido por sua equipe.
Confira o papo na íntegra:
Assista também em vídeo: