A três dias de disputar a decisão da Libertadores, o Grêmio não escalou titulares e até alguns reservas para enfrentar o Atlético-GO, como Zero Hora destaca na edição desta segunda-feira. Já tinha feito isso umas quantas vezes no ano, poupou até na Libertadores para ter time completo no Gauchão. Houve acalorados debates sobre a atitude ser certa, errada, precipitada e tudo mais. E este texto não é sobre isso. Este texto é sobre futsal.
Porque nesta segunda-feira, a Assoeva enfrenta a ACBF no jogo de volta da semifinal da Liga Gaúcha – a antiga Série Ouro. Precisa vencer no tempo normal e na prorrogação para evitar os pênaltis. No sábado à noite, o Brasil viu o time de Venâncio Aires fazer uma partida de superação contra o Joinville (segundo maior investimento da modalidade no país) e empatar em 1 a 1 na final da Liga Nacional – os detalhes estão ali na última página do caderno de esportes de Zero Hora. Ou seja, menos de 48 horas depois de um duelo épico, precisa novamente buscar resultado e encarar a agremiação mais tradicional do futsal brasileiro para chegar à decisão do Estadual.
Se o técnico Fernando Malafaia pudesse, possivelmente faria o mesmo que Renato: pouparia titulares para apostar na decisão do Nacional. Mas não pode.
Não pode porque não tem jogadores. O orçamento de menos de R$ 100 mil mensais da associação de Venâncio Aires não permitiu inchar o grupo com estrelas ou atletas de altíssimo nível. Para piorar, perdeu pelo menos cinco de seus melhores jogadores com os mais variados tipos de lesão.
Não pode porque, bem, são dois jogos decisivos. Que ficaram acavalados. Havia datas disponíveis para dar tempo suficiente para recuperar atletas, recondicioná-los para terminar os campeonatos em alto nível. Não foi feito. O Gauchão prejudicou o sonho da Assoeva.
Para fazer a reportagem de sábado sobre a primeira final entre o time de Venâncio e o Joinville, conversei com diversos protagonistas da Assoeva, do presidente aos torcedores, que encheram o Ginásio Poliesportivo e fizeram um caldeirão contra os catarinenses. Mas foi o depoimento do técnico Fernando Malafaia que me marcou:
– As equipes coirmãs não foram sensíveis. Se fosse comigo, teria mudado a data da semifinal.
Agora, quando escrevo esse texto, quando percebo de tudo o que a
Assoeva precisa superar para ser campeã nacional, concluo que errei. Quando o editor Vinicius Vaccaro me perguntou que título poderíamos colocar na matéria do futsal, respondi:
– Quem sabe alguma coisa com “os gaúchos de amarelo” ou coisa assim?
O Vini colocou “O RS também veste amarelo”.
Erramos.
Ficou provado que, mais uma vez, o RS vestiu só a cor que lhe interessava.