Um dia após encerrar a carreira como jogador, Zé Roberto aceitou o convite do Palmeiras para tornar-se parte da diretoria de futebol. O ex-lateral-esquerdo de 43 anos agora será assessor técnico, uma função que não existia no clube. Ele assumirá o cargo a partir do ano que vem, depois de tirar férias.
— A gente bateu um papo muito franco, muito honesto, como sempre foi, e ele (Zé Roberto) fez a opção pela aposentadoria. Eu disse a ele que não gostaria de perdê-lo aqui dentro. A figura, a pessoa, o profissional. Fiz o convite ao Zé para ele permanecer com a gente, já agora, em uma função administrativa. O Zé aceitou esse novo desafio. A partir de janeiro, o Zé vai dividir um pouquinho da área administrativa com Cícero (Souza, gerente de futebol) e comigo, na função de assessor técnico. Vai participar ativamente com jogadores, comissão. Essa função é muito explorada na Europa, mas no Brasil não tem. Um ex-atleta que faz isso é o Tinga (no Cruzeiro), e agora o Zé — explicou o diretor de futebol Alexandre Mattos.
Zé Roberto foi acompanhado por Mattos e pelo presidente Maurício Galiotte na entrevista desta terça, na Academia de Futebol. Depois do anúncio de sua nova função, o ex-camisa 11 fez agradecimentos a todos os clubes que jogou, à sua família e, em especial, ao Palmeiras.
— Essa manhã está sendo muito difícil. Ontem (segunda) chegou o momento que eu sempre procurei e tentei postergar, mas sabia que um dia iria chegar. Chegou ontem. Hoje estou aqui para agradecer aos clubes que defendi e ao Palmeiras, clube que escolhi para encerrar a carreira. Sem sombra de dúvidas, fiz a escolha certa. Conquistei meus objetivos, consegui os triunfos que almejei desde o meu primeiro momento aqui. Com certeza fiz minha melhor escolha — afirmou Zé.
Contratado em 2015, já aos 40 anos, Zé Roberto fez 133 jogos pelo clube e conquistou dois títulos nacionais: a Copa do Brasil e o Brasileiro, taças que ainda faltavam em sua carreira. Segundo Mattos, o ex-lateral foi o "norte" para a reformulação que o clube viveu em 2014.
— Antes de assinar o contrato, eu liguei para o Alexandre: 'estou assinando. Aquilo que você me passou é realmente verdade?'. Eu não o conhecia e acreditei no projeto. O momento do clube não condizia muito com a história da minha carreira. Sempre projetei jogar em clubes que iriam agregar à minha carreira. Quando o Alexandre e o Cícero me passaram que o Palmeiras estava reformulando e queria fazer um time competitivo, eu acreditei no projeto. Sem dúvida, tudo aquilo que o Alexandre me falou foi colocado em prática — citou Zé.
— Tudo aquilo que projetamos e sonhamos, hoje é realidade. Por isso aceitei o convite do presidente, do Alexandre, para dar continuidade a esse projeto vitorioso (agora na diretoria). Mesmo sem conversar com a minha família estou aceitando esse convite, por acreditar nesse projeto. Tenho certeza que vai dar muito certo — encerrou.