A seleção brasileira masculina tem oficialmente um novo técnico. O croata Aleksandar Petrovic foi apresentado oficialmente, na tarde desta terça-feira (24), em São Paulo.
O treinador de 58 anos tem como principais objetivos classificar o Brasil para o Mundial da China, em 2019, e para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
A estreia do técnico no comando da seleção será nas eliminatórias, contra o Chile, em 24 de novembro, em Santiago. Petrovic afirmou que está disposto a reformular o basquete brasileiro e recolocar o país novamente em destaque no cenário mundial. O presidente da Confederação Brasileira de Basquete, Guy Peixoto, afirmou que a escolha por Petrovic foi baseada em um projeto de longo prazo:
– De todos os nomes citados o importante era que tivéssemos alguém com classe, potencial e que pudesse viajar pelo nosso país, ministrando clínicas e multiplicando o seu conhecimento. Eu sempre gostei muito da escola Iugoslávia, e admirava muito o estilo de jogo. Fiquei impressionado com a vontade que ele demostrou em vir para o Brasil.
Uma das estrelas da antiga Iugoslávia nos anos 1980, o croata será o terceiro técnico estrangeiro consecutivo a dirigir a seleção masculina. Antes dele, passaram pela CBB o argentino Rubén Magnano, de 2010 a 2016, e o espanhol Moncho Monsalve, em 2008 e 2009. Ele comandou a Croácia no Jogos Olímpicos do Rio 2016 _ a seleção foi eliminada pela Sérvia nas quartas de final.
Aleksandar é irmão de Drazen Petrovic, considerado o maior jogador da modalidade da Iuguslávia, morto em um acidente de carro em 1993.
Veja trechos da entrevista coletiva de Petrovic
Sobre a convocação
Estou muito feliz e confio que faremos um grande trabalho. Prometo estar falando o português melhor daqui a um tempo. Mas afirmo que chego aqui preparado para esse desafio. Tenho três objetivos nesse primeiro momento: classificar para a copa do mundo, jogar na China como preparação para Tokio e ajudar na preparação da base.
Período de treinamento
Estou ciente que temos pouco tempo e esperamos o comprometimento dos jogadores, e um jogo mais ofensivo. Precisamos trabalhar esses pontos. Se o jogador não se apresentar para primeira etapa não vai estar nas próximas que teremos. Conheço o trabalho de Augusto Lima, Ricardo Fischer, Vitor Benite e Faverani. São jogadores que tenho acompanhado e com os quais quero contar na seleção.
Problemas na seleção
Estou fazendo a radiografia e detectei, sim, algumas falhas. A defesa pode ser um pouco mais forte. Também quero falar com os jogadores antes da competição porque quero saber o que eles pensam sobre jogar um pouco diferente do que eles já vinham jogando. Nos Jogos Olímpicos tínhamos mais jogadores na posição ala-pivô e pivô e isso dificultou a movimentação em quadra.
Diferença entre uma equipe que briga e uma equipe com velocidade
Primeiro temos que analisar os jogadores que vamos trabalhar. Eu vou ver quem vai atuar e decidir que tipo de jogo será utilizado. Um exemplo, o jogo entre Brasil e Chile, na Copa América, os jogadores são mais baixos, então não tem porque colocar jogadores marcando pressão tem que ser de acordo com o nosso adversário. Eu darei as condições para o jogador atuar da forma necessária.
Trabalho de base e processo de renovação
Temos que trabalhar com os treinadores que já estão executando esse trabalho com essas equipes, e isso é de extrema importância. No meu país as categorias de 14 e 15 anos treinam muito os fundamentos, não é utilizado o sistema de jogo. Pretendo ajudar os técnicos novos, a fazerem novos planejamentos para suas equipes, e consequentemente dar novas oportunidades. E para haver essa renovação é necessário que seja renovado 100%.