A NBA vive uma nova era. A liga até tem mecanismos que buscam o equilíbrio — como o draft, quando o pior time da temporada anterior tem mais chances de ficar com a primeira escolha e selecionar o maior talento do basquete universitário, ou com benefícios para os jogadores que renovam com seus times originais. Mas nada disso impediu um movimento em cascata: a formação de supertimes para a temporada 2017/2018, que começa nesta terça-feira com dois jogos.
Forçados pelo domínio do Golden State Warriors na temporada passada, os principais concorrentes foram ao mercado e procuraram unir estrelas. Assim, pelo menos outros sete times juntaram astros para ter chances reais de destronar o elenco mais dominante desde o Chicago Bulls de Michael Jordan e Scottie Pippen.
As duas principais novidades entre os supertimes concorrem com o Warriors na Conferência Oeste. O Oklahoma City Thunder, que já tinha Russell Westbrook — eleito o jogador mais valioso da temporada passada — fez trocas para adquirir Paul George e Carmelo Anthony. O Houston Rockets não foi tão agressivo, mas conseguiu juntar Chris Paul a James Harden. O Minnesota Timberwolves, que já tinha os promissores Karl-Anthony Towns e Andrew Wiggins, fez uma troca e contratou Jimmy Butler. Outro concorrente forte do Oeste é o San Antonio Spurs. O time não fez grandes contratações — a maior foi Rudy Gay —, mas manteve a base com Kawhi Leonard, LaMarcus Aldridge e Tony Parker.
O próprio Warriors se reforçou. Além de renovar os contratos de Stephen Curry, Kevin Durant e Andre Iguodala, o time manteve Klay Thompson e contratou Omri Casspi e Nick Young por valores baixos.
No Leste, as duas principais forças fizeram a troca mais impactante da intertemporada. O Cleveland Cavaliers enviou Kyrie Irving para o Boston Celtics em troca de Isaiah Thomas, Jae Crowder e Ante Zizic, além de escolhas futuras de draft. Assim, o Celtics une Irving ao novo reforço Gordon Hayward e a Al Horford. Já o Cavs, além de Thomas, mantém LeBron James e Kevin Love. Os outros grandes reforços do time de Cleveland são Dwyane Wade e Derrick Rose.
Cavaliers e Celtics, inclusive, fazem o jogo de abertura da temporada. Os times duelam em Cleveland a partir das 22h. À 0h30min de terça para quarta, o atual campeão Warriors recebe o Rockets na Califórnia.
Contratos gigantes
A intertemporada também foi marcada por novos contratos multimilionários. Com a entrada em vigor do novo acordo coletivo de trabalho entre a liga e os jogadores, superestrelas ganharam mais um mecanismo para faturar: a extensão contratual supermáxima. Ela pode ser usada apenas para jogadores com pelo menos sete anos de experiência e com sucesso comprovado — como ser eleito o jogador mais valioso ou frequentes aparições no Jogo das Estrelas. Isso fez com que os cinco maiores contratos da história da NBA tenham sido assinados nos últimos meses.
Russell Westbrook (Oklahoma City Thunder) — cinco anos, US$ 205 milhões
Stephen Curry (Golden State Warriors) — cinco anos, US$ 201,2 milhões
Blake Griffin (Los Angeles Clippers) — cinco anos, US$ 172,26 milhões
James Harden (Houston Rockets) — quatro anos, US$ 169 milhões
John Wall (Washington Wizards) — quatro anos, US$ 169 milhões
Brasileiros em baixa
Anderson Varejão, Leandrinho Barbosa e Tiago Splitter ficaram sem contrato ao fim da temporada passada e não conseguiram encontrar novos times. Por isso, o principal brasileiro na liga é Nenê Hilário, que renovou com o Houston Rockets por três anos.
Os outros jogadores nascidos no Brasil na liga são jovens em busca de espaço: Bruno Caboclo e Lucas Bebê (Toronto Raptors), Raulzinho Neto (Utah Jazz) e Cristiano Felício (Chicago Bulls).