Quero começar este texto dizendo que sou completamente contra aquela história de "a melhor geração", quando se faz referência sobre a equipes formadas por clubes e seleções. Os belgas, talvez, sejam o maior exemplo. Não é porque um bom grupo é colocado junto que obrigatoriamente vai dar liga e que dali sairá um grande time. Claro, que bons jogadores, é um grande começo, mas outras questões devem ser consideradas e o futebol está cheio de exemplos.
Mas mesmo assim gostaria de chamar atenção para o futebol inglês. Ah, dirá o atento leito. É óbvio que a Inglaterra tem hoje a principal Liga do mundo. Não, não é isso. O que pretendo dizer é que o trabalho de base está sendo muito bem feito e que hoje, os britânicos jogam futebol dentro do chamado padrão moderno, que aquela velha história do chutão e boa defesa já ficou para trás.
A próxima Copa do Mundo apresentará uma jovem seleção, com Harry Kane, Marcus Rashford, Dele Alli e Sterling como destaques. Não creio que o English Team seja um dos principais favoritos ao título, mas estes jogadores com o que vem sendo preparado na base inglesa deverá render frutos.
Nesta temporada, a Inglaterra venceu o tradicional Torneio de Toulon, na França, e apresentou o meia Harvey Barnes, 19 anos, que atua pelo Leicester. Nesta competição, o Brasil não passou da fase classificatória. Na sequência veio o inédito título mundial Sub-20, com uma equipe que tinha o atacante Dominic Solanke, 20, do Liverpool, autor de quatro gols e que levou a Bola de Ouro, além do meia Maitland Niles, 19, do Arsenal, e o atacante Calvert-Lewin, 20, que defende o Everton. O Brasil, após um péssimo Sul-Americano, sequer garantiu classificação para o Mundial.
E para fechar a quarta-feira nos apresentou mais uma excelente seleção inglesa de base. Com naturalidade, os britânicos atropelaram o Brasil na semifinal do Mundial Sub-17 e para quem não tinha ainda visto o campeonato mais um nome surgiu: o atacante Rhian Brewster, que com os três gols marcados contra a Seleção Brasileira chegou a sete e desponta como candidato a craque do torneio.
Portanto, fiquem atentos a Inglaterra que depois de inventar o futebol há mais de um século, está reinventando sua própria história e passando a ser uma potência, não só econômica, mas também no aspecto futebolístico, com sua seleção, aproveitando o crescimento e a organização de sua Liga.