Reintegrado ao elenco, Felipe Melo diz que sua conversa com Cuca na semana passada serviu para colocar "os pingos nos is". Depois de ter problemas com o treinador do Palmeiras, o meio-campista considera que ao menos o principal motivo da discórdia, o áudio em que chama o comandante de "mal caráter, mentiroso e covarde", é um assunto resolvido entre eles, que voltarão a trabalhar juntos a partir desta segunda.
– O que tinha de ser conversado foi conversado. Falei com o próprio treinador, coloquei tudo que pensava dele, sobretudo do áudio. Haja visto que foi situação depois do meu afastamento. O importante é que falei com ele, a gente se acertou. O que saiu no áudio eu não acho dele, não foi de coração. Creio mesmo que ele não é nada daquilo que falei. Já foi solucionado – disse o meio-campista, que ainda não sabe se terá oportunidade de jogar.
– Não tive conversa (com Cuca) de tática, de campo. Foi conversa de pingos nos is. Sou ativo do clube, como disse o presidente e o Cuca. Vim trabalhar com o grupo, porque nunca deixei de trabalhar, que é o mais importante – acrescentou.
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Apesar do discurso mais ameno, Felipe disse que não pediu perdão exatamente ao treinador, mas sim pelo caso que envolveu todo o clube. Perguntado sobre possíveis problemas com o elenco, o camisa 30 diz que quem criou essa ideia "se deu mal".
– Um cara que tumultuava o elenco... se tirou a laranja podre, a tendência é voar, né? Ganhar os jogos que tem pela frente, avançar. Infelizmente não foi o que aconteceu. O problema não é o Felipe, então. Vi vários jogadores falando da minha pessoa, de como é bom conviver comigo. Meus companheiros que fazem o dia a dia, não vou ter problemas com eles. Uma hora ou outra existem pessoas que pensam de formas diferentes, mas com respeito e responsabilidade. Não tive problema nenhum. Foi importante receber mensagens, abraços de bem-vindo. Isto é importante para mim e quem tentou fazer essa situação se deu mal, não é verdade – completou.
Felipe treinou separado do elenco por quase um mês, depois de problemas com Cuca - o estopim veio no vestiário do Mineirão após a eliminação para o Cruzeiro, na Copa do Brasil; depois do afastamento houve o áudio. Embora o volante tenha dito que foi procurado principalmente por times da Europa, o Palmeiras afirma que não houve nenhuma proposta oficial. Durante esse último mês, o jogador notificou o clube extrajudicialmente, alegando que não estava recebendo as mesmas condições de trabalho que seus companheiros. A reintegração também é uma forma de evitar um processo na Justiça.
– Muito foi falado de situações como: Felipe Melo vai embora, está se oferecendo. Não me ofereci a clube algum, fiquei feliz sobretudo que fora do Brasil deixei uma boa imagem. Várias ofertas, interesses de europeus. Eu quando cheguei aqui, minha entrevista foi até um pouco excessiva, disse que o Palmeiras estava colocando comida dentro da minha casa e disse ali que era Palmeiras. Continuo sendo. Difícil treinar em horários alternativos, mas o presidente e o diretor Alexandre Mattos conduziram de forma bacana. Minha ideia é sempre honrar a camisa do Palmeiras, como fiz em todos os jogos. Não lembro de fazer corpo mole, por isso tem o carinho recíproco entre torcida e Felipe Melo. Não costumo falar de arrependimento, porque tudo serve de aprendizado. O mais importante é admitir o erro. Quando eu erro, admito o erro e me arrependo, não tenho problema nenhum em pedir perdão. Foi feito isso. Não me arrependo porque foi aprendizado para não acontecer no futuro – encerrou.
Com contrato até o fim de 2019, Felipe também tem quase R$ 7 milhões a receber do Palmeiras em luvas até o fim do seu acordo. Apesar da reintegração, a princípio Cuca não deve usar o jogador, apenas se for convencido de que o camisa 30 apresentou mudanças no estilo de jogo e de comportamento.
*LANCEPRESS