O tênis feminino mundial tem uma nova número um. Nesta segunda-feira (11), a Associação de Tênis Feminino (WTA) atualizou sua classificação, após a disputa do Aberto dos Estados Unidos, vencido pela norte-americana Sloane Stephens, e quem ocupa o posto é a espanhola Garbiñe Muguruza.
Esta é a segunda vez que uma jogadora da Espanha lidera o ranking. Antes, entre fevereiro e maio de 1995, Arantxa Sánchez Vicario liderou a classificação por 12 semanas. Na época, a tricampeã de Roland Garros (1989/94/98) se alternou com a alemã Steffi Graf na primeira posição.
Garbiñe Muguruza é a 24ª jogadora na história do tênis, desde a criação do ranking feminino, em novembro de 1975, a liderar a ostentar a condição de melhor jogadora do mundo. Na lista atual, ela tem apenas 65 pontos a mais que a vice-líder, a romena Simona Halep.
Mas quem é esta jogadora que completará 24 anos no próximo dia 8 de outubro? Filha do espanhol José Antonio Muguruza e da venezuelana Scarlet Blanco, Garbiñe nasceu em Caracas e começou a jogar tênis aos quatro anos, junto com os irmãos Asier e Igor no Club de Tenis Mampote, na cidade de Miranda, no estado de Guarenas. Dois anos mais tarde foi morar em Barcelona, na Espanha, onde passou a treinar na academia do ex-jogador Sergi Bruguera, bicampeão em Roland Garros (1993/94) e adversário do brasileiro Gustavo Kuerten na decisão de 1997.
Desde então, Muguruza passou a ser trabalhada como promessa até sua estreia no circuito profissional em 2012. No final de 2013 encarou uma grave lesão no tornozelo e precisou parar por seis meses, após uma cirurgia. Em seu retorno, em janeiro do ano seguinte venceu o WTA de Hobart, um dos torneios preparatórios ao Aberto da Austrália e ingressou no Top 50 do ranking mundial. Em junho, surpreendeu o mundo ao elimiar a norte-americana Serena Williams em Roland Garros.
Já consolidada entre as melhores, Garbiñe Muguruza chegou à decisão de Wimbledon em 2015, ano em que venceria seu segundo campeonato, em Pequim. Com um jogo cada vez mais sólido, a hispano-venezuelana voltaria a disputar um final de Grand Slam em Roland Garros em 2016. Mais uma vez, a rival foi Serena Williams e desta vez a história foi diferente e aos 22 anos ela comemorou o maior resultado de sua carreira.
Já nesta temporada de 2017, com o afastamento de Serena das quadras, em virtude de uma gravidez, o posto de número um do mundo ficou vago e Muguruza soube aproveitar a ausência da maior vencedora e Grand Slams para vencer em Wimbledon, batendo outra integrante da família Williams, Venus, no jogo final.
Veio o Aberto dos EUA e sete jogadoras entraram no torneio em condição de liderar o ranking. Garbiñe Muguruza acabou caindo nas oitavas de final para a tcheca Petra Kvitová, mas contou com o tropeço da então número um Karolína Plisková, na rodada seguinte, e acabou ultrapassando a tcheca.
Agora, resta saber por quanto tempo Muguruza será capaz de se manter na liderança e assegurar a Espanha a condição de "unificar" os rankings masculino e feminino, ao lado do compatriota Rafael Nadal. Aliás, apenas Estados Unidos com Jimmy Connors, John McEnroe, Chris Evert e Martina Navratilova no anos 1980 e Andre Agassi e Serena Williams, em 2003, e a Alemanha de Steffi Graf e Boris Becker, em 1991, conseguiram tal proeza.