Um time que não tem um dono e ao mesmo tempo é propriedade de uma comunidade inteira. Esse é o Caxias do Sul Basquete. A ação '1000 pontos para o NBB', realizada pelo clube ontem, mostrou que a população apoia o time da cidade para a disputa da principal competição brasileira da modalidade.
A atividade que começou no Shopping São Pelegrino, passou pela Praça Dante Alighieri e terminou na FSG, foi o arremesso inicial, feito pelos próprios moradores da cidade, para o que deve ser confirmado na próxima terça-feira. O Caxias deve participar da 10ª edição do Novo Basquete Brasil (NBB).
A assembleia da Liga Nacional de Basquete (LNB) que definirá os participantes da próxima temporada do campeonato terá a presença de representantes do time caxiense. A chance de jogar pela terceira vez a principal competição do país não muda o projeto de evolução e reorganização que o clube desenvolvia para o próximo ano.
– A nossa mentalidade antes dessas informações de que teria ou não a participação no NBB era que montaríamos um time de alto nível. Mesmo que fosse para jogar a Liga Ouro. O pensamento de investimento no time não mudou. Mesmo que fosse para o acesso, seria com uma equipe extremamente competitiva. A possibilidade de trazer jogadores estrangeiros nos dá outra perspectiva e pode ser um diferencial – avaliou o técnico do time, Rodrigo Barbosa.
Os mil pontos para o NBB serviram para mostrar o quanto a cidade está envolvida com o time, após duas temporadas participando do NBB.
– A ideia num primeiro momento foi mostrar que a comunidade está com a gente. Segundo, era poder mostrar o potencial que temos para ativar as marcas que nos apoiam. E, por último, mostrar que o time é da cidade e, assim como a gente precisa da nossa comunidade, contamos com os nossos empresários. Se não forem eles, não se faz time de basquete. Nós podemos receber valores de outros lugares, de empresas de outros centros, mas sem os nossos será difícil – afirma o treinador do único time do Rio Grande do Sul na elite.
A Praça virou Vascão
A aproximação do clube com a comunidade ficou explícita com a diversificada participação popular. A contemporaneidade do shopping contrastando com as regatas do time que cada pessoa era convidada a usar antes dos arremessos. A mistura do cenário bucólico da Praça Dante, rompido por uma cesta de basquete. Ou uma tabela no espaço acadêmico da faculdade. Tudo chamou a atenção de quem passava pelos locais.
– Foi bem bacana e divertido participar desta atividade. Acertei de primeira. É diferente também porque ninguém esperava que teria uma cesta de basquete na chegada das aulas da faculdade – comentou Caroline Lima, estudante de Nutrição.
O Caxias Basquete não tem dono. E a ação dos 1000 pontos para o NBB mostraram que o basquete pode ir muito além do Ginásio Vascão.
– Um time que é da cidade, as pessoas se identificam. Ninguém pergunta se é do Juventude ou da S.E.R. Caxias, do Recreio ou do Juvenil. Não. É o time de basquete da cidade. É um produto que está aí para daqui a pouco as pessoas começarem a acreditar nessa marca e poder fazer crescer – concluiu Barbosa.