Nem entramos na segunda quinzena de fevereiro e já existe um burburinho entre a torcida colorada: a culpa pelo início de ano ruim é do técnico Antônio Carlos Zago. O pior início de Gauchão desde 2007 é mesmo culpa dele? Do quinto treinador que atua no Inter em um ano? Se você trabalhasse em uma empresa e tivesse cinco chefes diferentes em menos de 12 meses, saberia que rumo tomar? Cada comandante tem um método, que necessita de tempo para ser assimilado. Não quero fazer a defesa irrestrita de Zago, e, sim, chamar a atenção de que a solução mágica nos afundou na Segunda Divisão. A gestão de Vitorio Piffero tornou o futebol do clube uma lambança, que não será consertada sem mais sofrimento. Qualquer técnico que cair no vestiário do Beira-Rio hoje sofrerá uma pressão terrível por causa das circunstâncias. Sem o mínimo de prazo e tranquilidade razoáveis, não há chance de sucesso.
O grupo tem condições de subir
Zago ainda procura um time, o que é natural em começo de temporada. Não sou daqueles que faz terra arrasada com o elenco disponível para 2017. É um grupo com condições de subir sem sobressaltos. Se o Inter contratar um bom zagueiro e um meio-campista, dá para sonhar com a Copa do Brasil. O problema é a falta de padrão de jogo, que só virá com repetição e treinos. Além disso, alguns jogadores estão sem confiança e impregnados com o espírito perdedor de 2016. Zago tem de formar a equipe titular e entrosá-la para espantar os receios. Quanto mais tempo adiar, mais estará no alvo.
*Maurício Tonetto é interino.
*Diário Gaúcho