Uma nova polêmica envolvendo a investigação sobre a transferência de Neymar ao Barcelona surgiu nesta quinta-feira na Espanha. O jornal El Confidencial vazou o vídeo do depoimento do atacante brasileiro dado ao Tribunal Nacional espanhol. Imediatamente, o clube catalão e a família do jogador reagiram e pediram à Justiça que investigue a responsabilidade do vazamento.
Nas imagens, gravadas em fevereiro de 2016, Neymar afirmou que não sabia de nada e que apenas seguiu as orientações do seu pai, Neymar da Silva Santos, também investigado.
– Não sei muito, tudo que sei é o que falam na imprensa. Meu pai é uma pessoa em quem eu confio de olhos fechados e é ele quem cuida da minha vida e da minha carreira também.
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O juiz De la Mata perguntou sobre o acordo de 2009 com o DIS para vender 40% de seus direitos federativos ao grupo por R$ 5 milhões, mas o atacante alegou que não recordava do negócio e nem do dinheiro que chegou a sua conta:
– A verdade é que não me lembro porque nunca me envolvi nos contratos e nem no que se passava na minha carreira, porque não gosto e porque tenho uma pessoa que faz isso para mim, que é o meu pai. É uma pessoa em quem confio e que tem total liberdade para fazer o que quiser com minha vida - repetiu Neymar.
O acordo impedia o jogador de negociar com outro clube sem comunicar o grupo DIS, mas a companhia descobriu anos depois que o Barcelona havia acertado com Neymar em 2011 por 40 milhões de euros. De acordo com o atleta, apesar do acerto, ele não cogitou a saída do Santos para outro clube até 2013.
Diante da insistência do juiz, Neymar afirmou que não tinha consciência de que havia se acertado com o Barcelona em 2011, fora do prazo que determina a Fifa. A regra de transferência estabelece que um jogador só pode acordar sua transferência durante os seis meses anteriores de estar livre. No caso de Neymar, ele tinha contrato com o Santos até agosto de 2014.
Em sua última alegação, Neymar pediu:
– Que me deixem em paz.
A data do julgamento será definida nas próximas semanas. A promotoria pede pena de dois anos de prisão de Neymar e multa de 10 milhões de euros. A acusação da DIS solicita condenação a cinco anos de prisão e multa de 195 milhões de euros ao Barcelona.