Leio, pouco antes de escrever este texto, uma declaração do Ramiro, estampada na capa do site de Zero Hora. Diz ele que a decisão desta noite é "o jogo do ano" para o Tricolor. Não, Ramirinho. Entendo a lógica do que tu disseste, mas é muito mais do que isso. Pode multiplicar por 10: é o nosso jogo da década.
Serei grandiloquente, porque o momento exige. E quero que todos leiam na concentração do Grêmio, do Marcelo ao Luan, passando pelo Douglas. Tudo é imenso. Cheguei a cogitar a ideia de tomar um sonífero no início do mês e só acordar nesta quarta-feira. Eu e todos os gremistas podemos estar imersos em nossas respectivas atividades, mas, lá nas profundezas nem tão profundas do inconsciente, é só no que pensamos: na Copa. No Penta. Por isso, pecarei novamente pelo exagero. Não queremos a Copa. Nós PRECISAMOS da Copa.
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Por que precisamos? Por que necessitamos? Por que essa conquista é o maior presente que este fim de ano pode nos dar? Não é só questão de calendário. É muitíssimo mais. É a passagem do tempo e tudo que vem no seu rastro, toda a vida que desabrochou. Para ser elucidativo, vou me permitir falar da minha vida pessoal. Tenho dois filhos, uma menina de nove e um menino de 14 anos, ambos tricolores. Percebem? Eles têm menos que os tais 15 anos sem títulos como este que buscamos neste momento. E o que vivo dizendo sobre isso para o meu querido Pedro em maior grau, mas também para minha doce Paula? Que a nossa festa é linda. Que, quando conquistamos algo, pintamos Porto Alegre e o Rio Grande de azul. E arremato: um dia vocês viverão isso.
Marcelos, Geromito (Pedro como o meu filho), Edílson, xerife Kannemann, maestro Douglas, guardiões Maicon, Wallace e Ramirinho, nossos habilidosos garotos Luan, Pedro (de novo!) Rocha, Everton, todos. Renato, o maior ídolo da nossa história. Um sujeito que, folclore à parte, sabe ostentar a condição de herói eterno porque é um baita ser humano, generoso, amigo dos amigos, parceiro, sincero. Volto a exagerar como sempre foram exagerados os dribles que meus olhos viram Renato dar. Não peço. Eu imploro. Façam esse dia chegar. Tragam-nos a Copa. Busquem o Penta para as nossas crianças, para os nossos adolescentes que jamais esquecerão vocês. Vocês serão heróis. Olhem para o lado: mirem-se no Renato. Esta é a grande epopeia da nossa década.
Que Deus os abençoe.
*Diário Gaúcho