O Grêmio não conseguiu dar o salto necessário para aproximar-se do G-4. E nem mesmo do G-5, a nova porta para a Libertadores que a Conmebol deverá abrir nos próximos dias. Longe de repetir o brilho do meio da semana, o time perdeu por 1 a 0 para o Cruzeiro, neste sábado, no Mineirão, e estagnou na nona posição do Brasileirão. Desta vez, depois de esboçar uma reação depois da chegada de Renato Portaluppi, o time, por sua apatia, lembrou os piores momentos dos últimos dias sob o comando de Roger Machado.
Foi oscilante o primeiro tempo. Os minutos iniciais, em que o Grêmio avançava com a naturalidade de quem atua em casa, tirando proveito do nervosismo do Cruzeiro, sugeriam uma vitória até com alguma facilidade. Em menos de 10 minutos, duas chances nítidas já haviam sido criadas para o primeiro gol. Aos três, Pedro Rocha surgiu por trás dos zagueiros em passe de Pedro Rocha, mas chegou atrasado na dividida com o goleiro Rafael. Pouco depois, Luan ficou na frente de Rafael, em passe de Wallace Oliveira, mas a conclusão foi defeituosa. Ficava a impressão de excesso de preciosismo nas finalizações.
A atuação do Cruzeiro explicava porque o time custa a escapar das últimas colocações. Havia erros em trocas de passes, afobação para afastar a bola da zona de perigo e um gritante nervosismo, traduzido em faltas duras, como a de Henrique em Geromel, em que um cartão vermelho não seria exagerado.
Ainda assim, por culpa de uma certa indolência do Grêmio, o time mineiro foi se impondo. Não fossem as providenciais intervenções de Bruno Grassi, o substituto do suspenso de Marcelo Grohe, o gol teria saído. Aos 18 minutos, o goleiro teve reflexo para defender a virada de Ábila. Aos 35, ele estava adiantada, mas conseguiu recuar na falta batida por Edimar e espalmou. Aos 37, Grassi foi decisivo para evitar o gol em cabeceio de cima para baixo de Bruno Rodrigo, que pulou mais do quwe Kannemann.
Depois de algumas partidas, o Grêmio voltava a mostrar defeitos na bola aérea defensiva. Um minuto depois de Ramiro dar chapéu em Edimar, mas errar o cruzamento, o Cruzeiro voltou a assustar. E, de novo, Grassi foi decisivo ao salvar nos pés de Ábila, depois de drible do argentino dentro da área sobre Wallace Oliveira.
O segundo tempo exigia reação. Mas o Grêmio conseguiu voltar ainda pior. No único lance em que mostrou ambição, a 12 minutos, Ramiro, de longe, chutou bem perto da trave esquerda. O tempo todo foi o Cruzeiro quem esteve mais perto de marcar. Como na jogada em que Elber, recém colocado no lugar de Sobis, tabelou com Rafinha e, cara a cara com Grassi, bateu por cima.
Renato percebeu a ineficiência de Pedro Rocha e o trocou por Everton. Nem houve tempo para esperar uma reação. Depois de nova defesa de Grassi em chute de Elber, o Cruzeiro bateu o escanteio com rapidez e Henrique, antecipando-se a Kannemann, fez 1 a 0.
O desempenho deste sábado volta a lançar dúvidas sobre até onde poderá chegar o Grêmio no ano. Longe da Libertadores via Brasileirão, precisará crescer muito, com as mesmas peças, para garantir a vaga através da Copa do Brasil. Ou o ano terá sido perdido.
BRASILEIRÃO — 28ª RODADA — 1/10/2016
CRUZEIRO
Rafael; Ezequiel, Bruno Rodrigo, Léo e Edimar; Henrique, Ariel Cabral (Lucas Romero, 29'/2°) e Robinho; Rafinha, Ábila (Willian, 20'/2º) e Rafael Sobis (Elber, 13'/2º).
Técnico: Mano Menezes
GRÊMIO
Bruno Grassi; Wallace Oliveira, Geromel, Kannemann Marcelo Oliveira; Jailson e Kaio (Guilherme, 30/2º); Ramiro, Douglas (Henrique Almeida, 34'/2º) e Pedro Rocha (Everton, 22'/2º); Luan.
Técnico: Renato Portaluppi
Gol: Henrique (C), a 26 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Ábila, Henrique, Ariel Cabral (C), Marcelo Oliveira, Luan, Everton (G).
Arbitragem: Elmo Alves Resende Cunha, auxiliado por Cristhian Passos Sorence e Leone Carvalho Rocha (trio goiano).
Renda: R$ 363.879,00 / Público: 16.618
Local: Mineirão, Belo Horizonte-MG.
PRÓXIMO JOGO — BRASILEIRÃO
5/10/2016, 4ª FEIRA, 19H30MIN
VITÓRIA X GRÊMIO