Por mais que valorize o conjunto, o Brasil-Pel tem um protagonista neste começo de Campeonato Brasileiro da Série B. Graças aos gols marcados, o meio-campista Felipe Garcia é vice-artilheiro da competição com quatro bolas na rede adversária. Perde, neste momento, apenas para Nenê, do Vasco, que marcou três a mais.
Em conversa com ZH, o jogador falou sobre a boa fase vivida. E, para o alívio dos xavantes, disse que as propostas que podem surgir ao longo do campeonato ficam apenas sob os cuidados da direção. Enquanto isso, pretende focar na Série B. Ou, como diz, "aproveitar" a atual fase.
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Você tem quatro gols nesta Série B. Assim, aparece como vice-artilheiro da competição, atrás somente do atacante Nenê, do Vasco. Já pensa na possibilidade de ser o goleador do campeonato?
Prefiro pensar jogo a jogo. Fazer meu máximo, mesmo se for reserva, para depois parar e pensar nisso. É fruto do trabalho. Em outros clubes fui atacante e, aqui, meio-campista. Me sinto muito bem dentro do campo. Com todo mundo bem, afinal não é só momento meu, é da equipe, todos regulares, isso facilita muito.
Era possível, alguns anos atrás, imaginar este seu momento?
Eu saí muito cedo do Brasil. Joguei no RS Futebol e também pelo São José, nos juniores, e logo fui me profissionalizar na Dinamarca. Com 17 anos, fui jogar em um time da segunda divisão (Naestved). Em 2012, fui para o Aimoré, campeão da Terceirona gaúcha, e é engraçado porque fui degrau por degrau. Fui para o Santo Ângelo, joguei a Segundona (Divisão de Acesso), depois em 2013 para o Pelotas, no segundo semestre, e em 2014 fiz três jogos no Gauchão e tive uma lesão grave, de púbis, e tive que operar. Foram três meses parado, e o Brasil-Pel me contratou para a Série D. E aí foi acesso atrás de acesso. Minha ambição era ir crescendo degrau por degrau e foi num pulo. A gente sempre imagina chegar ao ápice da profissão, tem a ambição e trabalha muito. E foi dessa maneira. Levar a torcida à loucura, hoje, é engraçado. Representa muito marcar um gol e fazer 10 mil pularem. E nessa batida que a gente entra em campo.
Se mantiver esse ritmo as propostas vão surgir...
Isso deixo para o clube. É muito corrido, são viagens, jogos, então tem que se manter concentrado no dia a dia.
Aliás, essa rotina de viagens mais longas, você está sentindo?
Muitos aqui já jogaram essa competição, então relatavam isso. Mas não tem como reclamar, já passei por coisas muito mais difíceis, estádios menores... Hoje é só aproveitar.
O Brasil-Pel disputa a Série B com menos responsabilidade do que clubes como Vasco, Goiás, Bahia, entre outros que já participaram da Série A recentemente?
A nossa responsabilidade talvez seja até maior. A nossa torcida nos cobra, porque sabe que podemos render. A responsabilidade é enorme. Desfrutamos do momento que conseguimos alcançar, mas com uma responsabilidade enorme sabendo o que representamos. Deixar o Brasil-Pel na B é importantíssimo.
*ZHESPORTES