Mesmo após entrar em acordo com o centroavante Leandro Damião na Justiça do Trabalho, o Santos ainda é assombrado pela Doyen Sports, fundo que financiou a operação que trouxe o ex-jogador do Internacional à Vila Belmiro em dezembro de 2013, na gestão de Odílio Rodrigues. Nesta segunda-feira, a Justiça de São Paulo decidiu que o time paulista terá que pagar em até três dias cerca de R$ 74 milhões ao fundo maltês.
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A multa cobrada pela Doyen na Justiça é justamente porque a liberdade contratual de Damião significa que o fundo também "perdeu dinheiro" na operação, e agora o Santos terá que ressarcir além dos R$ 54 milhões pagos pela própria Doyen na contratação do jogador. Para isso, a diretoria comandada pelo ex-presidente Odílio Rodrigues deu como garantias da dívida algumas receitas futuras do clube.
A Doyen entrou na Justiça contra o Santos, após o centroavante rescindir seu contrato com o Peixe, exigindo que o clube arcasse com a multa prevista em contrato. No vínculo assinado entre as partes, caberia ao Alvinegro desembolsar até dezembro de 2017 18 milhões de euros (aproximadamente R$ 74 milhões) caso o atleta tivesse seu vínculo com o clube interrompido e passasse a ser considerado um "free agent" (atleta livre) para a Fifa.
Entretanto, é baseado no termo "free agent" que o Santos fundamenta sua defesa para recorrer da decisão expedida nesta segunda. Em acordo firmado com Leandro Damião na Justiça do Trabalho no final de janeiro deste ano, ficou acertado entre as partes que o centroavante poderia fechar com o Real Betis (ESP) sem que o clube espanhol precisasse desembolsar qualquer valor ao Alvinegro, mas Damião seguiria "vinculado" ao próprio clube brasileiro.
Caso Damião seja negociado enquanto estiver sob contrato com o Betis, 90% do valor será destinado ao Santos. Assim, o Peixe considera que o jogador ainda tem vínculo com o clube e que a negociação do camisa 9 com o futebol espanhol é uma espécie de "empréstimo". Caso não seja vendido pelo Betis até o meio deste ano, Leandro Damião terá contrato restabelecido e volta a ser oficialmente jogador do Santos. No entanto, também faz parte do acordo que, caso o contrato volte a vigorar entre o Peixe e o jogador, Damião não voltaria à Vila Belmiro, pois as duas partes acreditam que não há mais clima para que o atleta exerça sua função no clube.
Quando era candidato à presidência do Santos, Modesto Roma Júnior chegou a afirmar em debates que Leandro Damião foi um dos piores negócios da história do Santos.
Leandro Damião foi comprado pelo Alvinegro por R$ 42 milhões emprestados pela Doyen, com juros de 10% ao ano a serem pagos em cinco anos. Até o fim de 2014, ele se alternou entre titular e reserva e fez 43 jogos e 11 gols.
* LANCEPRESS