Sempre que o tema finanças de um clube de futebol vem à discussão, muitas pessoas torcem o nariz, pois só querem saber da "bola na rede", não compreendendo a conexão entre o campo e a administração financeira da instituição.
Nestas breves linhas, mostrarei que, cada vez mais, se o Internacional deseja continuar forte no presente e ser forte no futuro, ele deve buscar, insistentemente, seu equilíbrio financeiro, que vamos chamar aqui de déficit zero.
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Todos sabemos da desigualdade na divisão das cotas da TV e que esta realidade não mudará tão cedo. Clubes grande do centro do país sempre terão mais "Ibope" do que nós, e isso é o único fator que realmente importa para quem compra os direitos de televisionamento. Em parte, conseguimos diminuir um pouco este abismo financeiro com Rio e São Paulo por meio do nosso grande número de sócios, que passa de 100 mil e que pode avançar ainda mais. Mas isso só não basta. Então, ao nosso clube, resta ser melhor do que os outros na gestão de seus recursos, ser melhor nas práticas administrativas, arrecadar mais, mas só gastar o que arrecada. E o reflexo disso no campo? Vejamos:
1) Um clube com déficit zero só venderá jogadores quando quiser e não por necessidade;
2) Um clube com déficit zero só venderá jogadores pelo preço que achar justo e não por qualquer oferta para "aliviar" o seu caixa.
3) Um clube com déficit zero compra jogadores por melhores condições de negociação, pois tem dinheiro para investir.
4) Um clube com déficit zero não precisa dividir seus jogadores em várias fatias, dando a mesma para empresários que "ajudam" o clube, prática que virou regra em vez de exceção no Brasil.
5) Por fim, um clube com déficit zero paga melhor e sempre em dia os seus funcionários, inclusive seus jogadores, trazendo mais produtividade.
Então, perseguir o déficit zero trará ou não reflexos no campo? Nas eleições deste ano, quero um presidente comprometido com esta ideia, a única maneira de continuarmos competitivos e de crescermos cada vez mais.
*Diário Gaúcho