Uma conversa com Tite sempre rende grandes ensinamentos ao repórter. Minha maior curiosidade no diálogo que mantive com o técnico do Corinthians foi sobre os métodos de treinamento do virtual campeão brasileiro.
Aprendi que os treinos do Corinthians são curtos, com uma hora de 20 minutos de duração, no máximo, com alta intensidade, em campo reduzido. São raros os treinamentos em dois turnos. Os coletivos foram abolidos. Não há recreativos. Todos os trabalhos são táticos.
Uma hora antes dos treinamentos, a comissão técnica repassa tudo o que foi planejado na véspera. Em seguida, os jogadores são chamados para receber a informação sobre no que irá consistir o trabalho. Com frequência, são exibidos vídeos produzidos pela equipe do Cifut (Centro de Inteligência de Futebol do Corinthians).
Tite sabe que, em uma partida, as ações decisivas acontecem em um raio de 40 metros. Como as transições são rápidas, o time não trabalha muito com bolas espichadas, ou passes longos. A marcação é por zona, sempre perto, para reduzir o espaço do adversário. O Corinthians prioriza a posse de bola. Os jogadores são treinados para formar triângulos, pensar rápido, dar a bola e aparecer para recebê-la novamente.
Pontos-chave, segundo o treinador: Pressão alta muito forte. Atenção nas saídas de bola. Rápida transição da defesa para o ataque. Jogadas em triangulações. Quatro jogadores no meio, com Jadson aberto, mas ingressando por dentro. O Corinthians atua de forma propositiva, e não reativa.