A CPI que investigará a CBF ganhou a assinatura de 53 congressistas. Os políticos querem vitrina. A corrupção no futebol brasileiro é mais antiga do que Brasília. Mas se os políticos surfam mais, aproveitam a nova grande onda, em busca de holofotes, os clubes permanecem mudos, assim como as federações estaduais.
São os 27 presidentes de federações e os 20 de clubes da Série A que escolheram Marco Polo Del Nero. Com a CBF fragilizada, os dirigentes poderiam alcançar o protagonismo. Fundar uma Liga de Clubes e profissionalizar os campeonatos. Deixar que a CBF, mais murcha, cuidasse da Seleção Brasileira.
Ligas de Clubes é um sucesso na Europa. No Brasil, o tema só é tratado nos cantos dos bastidores. Sem lideranças desde o final do Clube dos 13, a desunião é completa. Há presidentes que nem se falam.
Eles não batem na porta da CBF em bloco, mas individualmente, o que mina suas forças.
No maior escândalo da história do futebol nem uma voz forte representando os clubes brasileiros se ergueu para pedir que a Justiça - e não os políticos de sempre - tomasse conta de Marin e dos "capos" mais antigos.
A oportunidade do século chegou e os grandes clubes não assumem o protagonismo.
*ZHESPORTES