O departamento de futebol do São Paulo continua ao lado do técnico Muricy Ramalho, mesmo após a derrota de 3 a 0 para o Palmeiras, na última quarta-feira, no Allianz Parque. Nesta quinta, o vice-presidente de futebol do clube, Ataíde Gil Guerreiro, e o gerente executivo, Gustavo Oliveira, se reuniram com o treinador por mais de uma hora. O resultado: Muricy ganhou apoio para tentar tirar o Tricolor da crise.
Logo após a reunião, Ataíde concedeu entrevista coletiva no CT e afastou a possibilidade de demitir Muricy. Disse mais: seria um tremendo erro se desfazer do comandante neste momento.
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- Não podemos nem pensar em trocar o comando técnico. Afastar o Muricy está fora de questão. É excelente profissional, trabalhador e em curto prazo vai fazer esse elenco trazer novas vitórias e reconquistar a torcida - disse Ataíde.
- O principal objetivo nosso é levantar o astral e o moral do Muricy, que vocês (jornalistas) viram, estava destruído na coletiva de ontem (quarta-feira) - completou o dirigente são-paulino.
Ataíde também prometeu enquadrar os jogadores, como já fez outras vezes. O vice de futebol disse que conversará com cada um, e de forma dura. Rafael Toloi e Michel Bastos, expulsos contra o Palmeiras, devem ser multados em 30% do salário.
- Acertei com o Muricy que vou ter conversa individual com cada jogador. Não dá mais para reunir todos em uma sala, sempre tem quem não ouve. Agora farei cobranças duras e incisivas com cada um. Quero ouvir e cobrar todos. Temos que entrar no âmago do problema. E olho no olho - disparou.
Ataíde varou a madrugada no CT da Barra Funda, reunido com o gerente executivo Gustavo Oliveira. Da conversa, concluiu que não era momento de demitir Muricy, sem se eximir de cobrá-lo. O dirigente, inclusive, se colocou à disposição do comandante para fazer o que estivesse ao alcance para tentar reverter o péssimo cenário.
Sobre o clássico contra o Palmeiras, detonou a atuação do time. Usou de ironia para classificar o baile sofrido no Allianz Parque, motivo de sua enorme insatisfação, demonstrada ainda no estádio. Ele disse que só conversou com a imprensa por respeito.
- Montamos um time para ganhar tudo e estamos invictos em clássicos: não ganhamos nenhum. O único jogo bom foi com o San Lorenzo, e foi só pela combatividade. A derrota para o Palmeiras foi a pior que já tivemos. Perdemos um saldo favorável contra eles. Foi uma partida ridícula, levamos um baile - afirmou o dirigente.
Ataíde ainda disse que Muricy chegou a colocar o cargo à disposição, mas reforçou que em nenhum momento aceitou a possibilidade.
- O Muricy não entregou o cargo. Ele disse que tinha um respeito muito grande pelo que eu tinha fazendo e disse: 'se você acha que o melhor é minha saída, vou respeitar'. Eu disse que não posso perdê-lo e que não vejo o problema nele. Pedi para ele não falar mais disso comigo - encerrou o dirigente.