Antônio Pezão enfrentaria Frank Mir no UFC 184, em Los Angeles. De repente, viu sua luta se transformar em evento principal do primeiro card do Ultimate em Porto Alegre. Além de crescer em importância, o combate ganhou dois rounds - disputas por cinturão e eventos principais têm cinco rounds, e não três, como as lutas comuns. Empolgado por inaugurar o UFC no Rio Grande do Sul, Pezão destacou a necessidade de vitória já que, nas últimas três lutas, foram duas derrotas e um empate convertido em combate sem resultado após ser pego no exame antidoping.
Frank Mir analisa luta com Pezão: "Minha ideia é derrubá-lo e finalizá-lo"
Zero Hora - Você tenta a sua primeira vitória no Brasil. É uma pressão diferente?
Antônio Pezão - Eu estou ansioso para voltar a vencer. As minhas últimas duas lutas terminaram em empate e derrota, então estou focado e voltado para vencer. A minha cabeça está bem diferente de como estava para a luta passada. Tenho consciência de tudo o que fiz de errado nos meus treinamentos, na semana da luta. Agora eu estou com a cabeça completamente diferente e louco para ter o meu braço levantado no final da luta.
ZH - Você vem de um período complicado na carreira. Como essa luta pode influenciar o seu futuro?
Pezão - É claro que a falta de vitórias preocupa e o resultado negativo nunca é bom. Mas o UFC sempre deixa bem claro que, independente de vitória ou derrota, o que importa é você dar o seu melhor, fazer uma grande luta, dar um show.
ZH - O Frank Mir disse que quer levar a luta para o chão. A sua ideia é manter o combate em pé?
Pezão - O Mir é um cara muito bom no jiu-jitsu e, com certeza, deve estar dando muita ênfase nessa parte, em busca da finalização. Mas eu tenho 10 anos de carreira e nunca fui finalizado, e olha que já lutei com grandes caras do jiu-jitsu, como o Werdum. Eu pretendo continuar minha carreira assim. Sei que vai ser uma luta muito boa. Ele é um cara experiente, mas não tem uma parte física muito boa, então vou focar em me movimentar muito e trabalhar na grade.
ZH - A categoria dos pesados está muito embolada. Qual o seu planejamento em 2015 para subir no ranking?
Pezão - A gente sempre pensa, mas meu foco nesse momento é voltar a vencer, enfrentar grandes nomes e quem sabe um dia voltar a lutar pelo cinturão.
ZH - A luta estava programada para três rounds e, por ser evento principal agora, passou para cinco. Isso muda a sua estratégia?
Pezão - Por conta dessa mudança de três para cinco rounds, a gente procurou aumentar a parte física, porque a luta pode ser rápida, mas também pode ir para o quinto round. Então, temos que estar sempre preparados. Ainda faltam três semanas, mas já posso dizer que esse período de treinos foi muito bom. Treinei muito a parte em pé e dei ênfase em alguns detalhes que podem fazer a diferença na luta.
ZH - Já conhece Porto Alegre? O que espera do público daqui?
Pezão - Nunca tive a oportunidade de conhecer Porto Alegre, apesar de amigos meus como o Minotauro e o Werdum já terem me chamado algumas vezes. Estou bastante ansioso, fecho os olhos e tento imaginar o calor da torcida. Estou muito feliz de ter a oportunidade de estar presente no primeiro UFC em Porto Alegre. O público já mostrou que vai transformar o ginásio em um caldeirão, tanto que os ingressos já estão todos esgotados.
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