O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou nesta quinta-feira (10), em coletiva da Fifa, que hoje o Estado brasileiro não pode interferir nas questões administrativas dos clubes, indicar presidentes para as federações ou destituir dirigentes. Em respota a perguntas sobre a situação do futebol do País após a goleada sofrida pela Seleção, ele argumentou que a principal aposta do governo é a mudança na legislação, reforçando o papel do Estado com a inclusão de um programa de refinanciamento das dívidas dos clubes e de responsabilização dos dirigentes.
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"Considero que o esporte e o futebol são de interesse público e nacional. Estamos abrindo espaço para discutir este tema e retomar algum tipo de protagonismo do Estado para ajudar a financiar o esporte", disse o ministro.
Segundo ele, a proposta seria de colocar cláusulas reguladoras e punitivas. O não cumprimento da lei acarretaria em rebaixamento das equipes e a responsabilização de dirigentes. No entanto, nesse novo modelo a CBF não estaria incluída.
"A Lei Pelé estabeleceu que o esporte é uma coisa privada, e isso impede a interferência do Estado, a não ser que haja uma mudança na legislação". No passado, houve um clamor para que o Estado se afastasse desta questão.
As declarações foram feitas em resposta à acusação feita pelo deputado federal Romário de que o governo tem se omitido e não faz uma fiscalização na CBF e em seus dirigentes.
"No caso da CBF, quando da antiga CBD, eu era deputado, e na época da CPI, contra a entidade, eu lutei pela CPI dentro do Congresso Nacional e acho que o deputado Romário deve procurar e constituir a maioria das suas propostas dentro do Congresso Nacional e teriam que ser levadas ao Ministério", rebateu. Perguntado se tinha conhecimento de quantas propostas o Romário teria apresentado, o ministro respondeu: "Nenhuma".
Sobre a goleada e a suposta culpa da CBF, ele ainda completou. "Olha, eu não sou a pessoa indicada a promover um clima de caça às bruxas num momento de dificuldades. Para todo grande problema geralmente aparece uma solução óbvia, fácil e errada, eu creio que preciso ter consciência que as mudanças do futebol brasileiro precisam ser fortes, mas têm de acontecer a consciência de como elas são feitas. É preciso mesmo neste momento que as providências tenham sentido de continuidade e permanência e que superem ou erradiquem as causas mais profundas daquilo que conduziu a este vexame do futebol", afirmou.
Rebelo foi convidado da Fifa na coletiva realizada, no Maracanã, quando foi feito o lançamento do Campeonato Mundial Feminino de Futebol que será realizado no Canadá, em 2015. O evento também contou com a jogadora da seleção brasileira Marta.