Há 64 anos, Porto Alegre sediava pela primeira vez um jogo da Copa do Mundo. Dia 28 de junho de 1950, uma quarta-feira, o Eucaliptos, antigo estádio do Internacional, foi o palco do confronto entre México e Iugoslávia. Carlos Difini Neto, na época com 17 anos, era um dos doze mil torcedores que assistiram à partida. A Iugoslávia venceu o jogo por 4 a 1.
Difini revela que não torceu para nenhuma das duas seleções, queria mesmo era ver a bola rolar no campo. Apaixonado por futebol, mais tarde, tornou-se conselheiro do Grêmio, cargo que ocupou por quase 50 anos, e ex-diretor da Federação Gaúcha de Futebol.
Hoje, aos 81 anos, ele está acompanhando os jogos pela televisão, mas encara como um presente a oportunidade de vivenciar a segunda Copa no País. Ele admite que tinha dúvidas sobre a realização do Mundial no Brasil, mas ficou impressionado com o número de torcedores nos estádios, principalmente no Beira Rio.
“Achei que seria muito bom ter a Copa, mas tinha alguma dúvida ainda, não sabia qual seria a recepção do povo. Pra mim, foi melhor do que eu imaginei. Bem diferente do que foi na outra época, que tinha pouco mais de dez mil no Eucaliptos", explicou.
O ex-conselheiro do Grêmio não imaginava que tantos estrangeiros viriam à Capital gaúcha. Ele relembra que na Copa de 50 não havia tantos turistas no Eucaliptos. "A seleção que eu mais gostei que jogou aqui foi a Argentina. Falam em rivalidade, mas eu gosto dos vizinhos", falou.
Quando questionado sobre a atuação da seleção brasileira, Difini classifica como média: "Não dá para ficar muito eufórico porque não estão jogando bem. É uma seleção nova. Antigamente, nós sabíamos de cabeça o nome dos jogadores. Hoje não conheço todos, já que a maioria joga fora do Brasil.", afirmou.
Ao relembrar a final da Copa de 50, Difini conta que ouviu pelo rádio o jogo entre Brasil e Uruguai. Estava em Sapucaia do Sul, quando a seleção canarinho perdeu por 2 a 1 no Maracanã. Ele torce para que o final trágico, de 64 anos atrás, não se repita. "Não tem seleção favorita, por isso acho que o Brasil tem chances", garantiu.
E sobre o legado da Copa, Difini afirma: "Sou a favor do progresso. Está sendo um espetáculo muito bonito. Valeu a pena ver. Eu não sabia se eu veria isso de novo. Graças a Deus estou aqui", falou.