Receosos com as manifestações que, assim como durante a Copa das Cofederações de 2013, devem ocorrer no período da Copa do Mundo no Brasil, cartolas ligados à Fifa e a federações nacionais afirmaram que não deve permanecer no país mesmo durante o envento mais importante da entidade. É o que informa a edição do Estado de S. Paulo desta quarta-feira.
A postura chegou a ser adotada em parte já na Copa das Confederações, quando o presidente da Fifa, Joseph Blatter, deixou o Brasil no auge das movimentações populares rumo à Turquia, sob a alegação de acompanhar o Mundial sub-20 no país. Nos bastidores, por outro lado, a atitude foi vista como um modo de insatisfação com o trato do governo brasileiro em relação aos protestos, que tiveram a Fifa e a Copa como alvo.
O jornal traz, ainda, o depoimento de "um dos mais altos funcionários responsáveis pela segurança na Fifa", que se mostrou visivelmente preocupado com o momento de tensão política na sede do próximo Munidal.
- Os protestos são uma grande ameaça. Estamos muito preocupados - teria dito ao Estadão.
O jornal ainda informa que a "família Fifa" virá ao Brasil, mas apenas antes do evento, para o Congresso Anual da entidade, que acontecerá em São Paulo neste ano. Após o encontro, os cartolas devem deixar o país e voltar "eventualmente" para a final, deixando apenas Blatter e o secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke, no Brasil durante toda a Copa.
Em entrevista recente a um jornal suíço, porém, Sepp Blatter adotou o tom político de sempre e afirmou que o Brasil não "atacará" o futebol. O cartola fez questão de tentar desvincular a Fifa das pautas dos protestantes.
- Nós sabemos que teremos novas manifestações e protestos. Os últimos, na Copa das Confederações, nasceram nas redes sociais. Não tinham objetivo, reivindicações reais. Durante a Copa serão mais concretos, mais estruturados. Mas o futebol será protegido. Não acredito que os brasileiros atacarão o futebol diretamente. No país deles, o futebol é uma religião.