Por coincidência, a semana em que o Uruguai confirmou vaga na Copa de 2014 terminará com outro dia de festa no mítico Estádio Centenário. Às 16h55min deste domingo, com transmissão pelo canal ESPN Brasil, Nacional e Peñarol disputarão a 512ª edição do mais antigo clássico sul-americano - se levarmos em conta os jogos em que os carboneros atuaram sob o nome de CURCC, de 1900 a 1913. E são eles que levam vantagem: 182 vitórias, contra 166 do Nacional (se você está com preguiça de fazer a conta, houve 163 empates).
Mas, ainda que sobrem em território doméstico (foram campeões em 19 dos últimos 21 Uruguaios), os dois clubes estão longe dos tempos de glória. Tricampeão da Libertadores e do mundo, o Nacional comemorou suas últimas conquistas internacionais em 1989, a Recopa Sul-Americana e a Copa Interamericana. De lá para cá, o auge foi ser semifinalista da Libertadores de 2009. O Peñarol, penta da América e tri do mundo, parou em 1987 - o vice na Libertadores de 2011 foi uma enorme surpresa. Atual campeão uruguaio, dá vexame no Clausura: é o 11º colocado, com 12 pontos em 11 rodadas - o Nacional é vice, com 24, dois atrás do Danúbio.
Esse declínio, aponta Leonel Chaves, do blog Desenho Tático, está diretamente ligado à falta de grana dos velhos rivais, o que gera o binômio venda de jovens promessas/aposta em veteranos. O Nacional, que vendeu o atacante Gonzalo Bueno, 20 anos, para o Kuban Krasnodar, tem como goleador Iván Alonso, 34 anos. No Peñarol, que negociou o lateral Guillermo Varela, 20 anos, com o Manchester United, uma das estrelas é o meia-atacante Pacheco, 37 anos.
Os bons filhos à casa tornam
Depois de fazerem carreira na Itália, dois trintões voltaram para encerrar carreira nos clubes que os projetaram. Ex-Inter de Milão, Venezia e Torino, o meia canhoto Álvaro Recoba, 37 anos (já anunciou aposentadoria para 2014), regressou para o Danúbio, time que o revelou, e desde 2011 está no Nacional, que o lançou para a Europa. Ex-centroavante de Juventus, Napoli e Bologna, Marcelo Zalayeta, 34, voltou em 2011 para o Peñarol, equipe de onde saiu para o mercado italiano.