As mudanças no regulamento da Copa Hélio Dourado às vésperas do início do torneio - previsto para agosto - pegou os clubes gaúchos de surpresa. O primeiro a aderir a um boicote foi o Novo Hamburgo.
O vice-presidente de futebol, Éverton Cury, anunciou a desistência do clube em participar por ser um campeonato "deficitário, em que os clubes têm que pagar até a arbitragem".
A resposta do presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto, foi dura.
- Faz cinco anos que não cobramos taxa alguma dos clubes. Eles acabam ficando mal acostumados. Oferecemos a vaga na Série D do ano passado para o Novo Hamburgo e eles não quiseram. Agora, vão ter que disputar os torneios e dar explicações para a torcida - comentou.
Segundo o novo regulamento, anunciado na noite desta terça-feira, o campeão da Copinha - como também é conhecido o certame - não disputará a Série D automaticamente. O vencedor, além de ganhar uma vaga para a Copa do Brasil, terá a chance de garantir uma vaga na quarta divisão se vencer o campeão do interior do Gauchão. Os jogos estariam programados para maio do ano seguinte.
- Antes não tínhamos regulamento. A Hélio Dourado era uma "suruba" - classificou o mandatário.
O nome também irá mudar: passará a ser chamada de Copa Willy Sanvitto. O sistema de três chaves da Copinha vai ser mantido. Os vencedores das regiões Metropolitana, Serra e Metade Sul enfrentam em um quadrangular o campeão de outro torneio a ser criado pela FGF. Esse torneio ocorrerá paralelamente à Hélio Dourado e será disputado em formato mata-mata.
O Novo Hamburgo anunciou que só entrará, no segundo semestre, em torneios para as categorias de base. O técnico Itamar Schulle será mantido no cargo. Segundo a diretoria do clube, se participasse dos dois campeonatos - Copa Hélio Dourado e o outro campeonato de mata-mata a ser criado pela FGF - o prejúizo seria de aproximadamente R$ 1,5 milhão.