As competições sul-americanas ainda não têm data para serem retomadas, mas antes mesmo de a bola voltar a rolar, a Conmebol já possui um problema para resolver. Com o retorno durante a pandemia de coronavírus, a entidade teria de lidar com diferentes regras de distanciamento social nos 10 países participantes das competições. Existem casos como o do Uruguai, onde a quarentena não foi tão restrita, mas também têm casos como o da Argentina, que obrigou as pessoas a ficarem em casa, fechou as fronteiras até o dia 10 de maio e voos comerciais estão cancelados até setembro.
Apesar disso, a Conmebol não vê problemas caso as regras sejam diferentes em cada país, conforme informado por sua assessoria de imprensa. Se as fronteiras dos 10 países estiverem abertas e a prática do futebol for permitida, a competição acontecerá, respeitando as regras nacionais que estiverem determinadas. Uma eventual possibilidade de sedes únicas para a disputa da competição foi descartada pela entidade sul-americana.
Como está a situação em cada país participante:
O país está em distanciamento social preventivo obrigatório e com as fronteiras fechadas até o dia 10 de maio, próximo domingo. Nos últimos dias, o presidente Alberto Fernandez permitiu que a população realize saídas breves, por no máximo uma hora por dia e até 500 metros de distância de casa. No entanto, a decisão final pertence aos governadores e prefeitos. Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé são algumas das cidades que não autorizaram as saídas recreativas anunciadas pelo presidente. Quem desrespeitar a quarentena obrigatória pode ser preso e julgado com base no artigo 205 do Código Penal do país, que prevê prisão de seis meses a dois anos a quem "violar as medidas adotadas pelas autoridades competentes para impedir a propagação de uma epidemia".
Diferentemente da Argentina, segundo o Ministério da Saúde, não existe uma regra geral a respeito do distanciamento social. Ou seja, cada Estado e município pode tomar uma decisão a respeito disso. A cidade de São Paulo, por exemplo, estendeu a quarentena até o dia 1º de junho, período em que as atividades não essenciais irão permanecer paralisadas.
A partir do dia 11 de maio, algumas cidades permanecerão em quarentena e, ao mesmo tempo, outras entrarão em um período menos rígido e poderão reiniciar suas atividades. O Ministério da Saúde do país irá avaliar semanalmente como a pandemia evolui em cada local e, com base nas informações, a quarentena em cada município poderá ser relaxada ou reforçada.
A partir da noite desta sexta-feira, 12 comunidades de Santiago entrarão em quarentena obrigatória. Assim, cerca de 80% da população da capital chilena de 7 milhões de habitantes estará em confinamento total. A essas 12 comunidades somam-se outras 14 que já estavam em quarentena.
O distanciamento foi ampliado até o dia 25 de maio, mas algumas atividades já retornaram, como lavanderias, papelarias, livrarias e venda por atacado de automóveis e móveis. No entanto, os estabelecimentos terão de cumprir com protocolos de segurança para garantir que o vírus não continue a se espalhar no país.
Um dos países mais afetados pela doença, o Equador segue em isolamento social, mas existem setores da sociedade equatoriana que já pedem que a quarentena seja flexibilizada nos próximos dias.
O país entrou na chamada "quarentena inteligente", com turnos em rotação de carros, mas com medidas de distanciamento social e de higiene ainda em vigor. Fábricas, oficinas mecânicas, obras públicas e obras civis em locais abertos também estão sendo retomadas no Paraguai. Outros tipos de serviço, como cabeleireiro, manicure e os serviços domésticos também voltam a funcionar.
O governo peruano planeja, a partir da próxima semana, colocar em vigor um plano de reabertura da economia, visando à retomada das atividades até agosto. Em um decreto publicado no fim de semana do presidente do país, Martín Vizcarra, já permitiu que a construção civil e as mineradoras voltassem a operar. O distanciamento deve ser flexibilizado no país.
O país evitou decretar a quarentena obrigatória e apostou na responsabilidade da população para conter o coronavírus. Recentemente, fechou as fronteiras com o Brasil para evitar a contaminação.
Desde 26 de abril, o distanciamento social vem sendo flexibilizado na Venezuela, permitindo a saída de idosos e também crianças para passeios de uma hora em um raio de até um quilômetro de casa.