Contratado como técnico do América de Cali em junho de 2019, Alexandre Guimarães devolveu ao torcedor colombiano a confiança no seu time. Em seis meses de trabalho, conquistou o Torneio Finalización, garantindo o retorno à Libertadores após 11 anos. Neste período, o clube chegou a passar cinco anos na segunda divisão. Na próxima terça-feira (3), enfrentará o Grêmio pela primeira rodada do Grupo E.
Aos 60 anos, o técnico tem um currículo expressivo. Natural de Maceió, se mudou aos 12 anos com a família para a Costa Rica. Lá construiu a sua carreira de jogador, com destaque para a participação na Copa do Mundo de 1990. Na primeira fase, Brasil e Costa Rica se enfrentaram. Naquele jogo, Guimarães entrou no segundo tempo, e Renato, hoje técnico do Grêmio, ficou no banco de reservas.
Como técnico, comandou a Costa Rica em mais duas Copas (2002 e 2006). Também treinou a seleção do Panamá e trabalhou em clubes como Dorados de Sinaloa-MEX, Al Wasl-EAU, Tianjin-CHI, além do principal clube da Costa Rica, o Saprissa. Seu filho, Celso Mora, atualmente no Goztepe-TUR, jogou as Copas de 2014 e 2018. Portanto, estamos falando de uma família de cinco mundiais.
Na manhã de domingo (1º), Alexandre Guimarães recebeu a reportagem de GaúchaZH na recepção do Hotel NH Cali Royal, que serve como concentração do América.
Confira trechos da entrevista:
Como está a ansiedade da torcida do América de Cali para o retorno da equipe à Libertadores?
— O América de Cali é um dos times com mais prestígio na Colômbia, com uma grande massa de torcedores. Caiu para a segunda divisão, passou cinco anos lá. É uma história de sofrimento, apesar de ser um clube muito grande. Graças a Deus quando chegamos aqui, há uns seis meses, voltamos a conseguir um título depois de 11 anos, e isso fez que a equipe voltasse a Libertadores, onde tem uma história muito importante. Essa história ainda sem final feliz, mas os torcedores sempre falavam em voltar para a competição. Então, está todo mundo pensando no jogo de terça-feira, pois é um reencontro.
Qual a ambição do América de Cali nesta Libertadores?
— Depois do título do campeonato colombiano, nós conversamos com o proprietário do club, do fato que o clube precisava de reforços para atender a exigência de um clube como o América de Cali. Então nós sabíamos que uma vez classificados, teríamos de montar um elenco mais competitivo. Infelizmente, tivemos duas contusões de jogadores muito importantes, além de uma suspensão de um atleta que foi importantíssimo na temporada passada. Estamos encarando com toda a ilusão possível este início de competição. Sabendo que vamos jogar em casa, com a nossa torcida que empurra o time, contra uma equipe que tem uma experiência muito importante neste tipo de competição. Mas o elenco foi formado para ser competitivo.
O que mais lhe chama atenção no trabalho de Renato Portaluppi no Grêmio?
— A chegada do Renato no Grêmio fez o clube recuperar outra vez o prestígio. O Renato é a cara do Grêmio e tem o respeito de todo mundo. E tem o poder, o que é algo muito importante para o treinador. E tem esse poder porque teve conquistas. Nós sabemos que temos de ser contundentes para conseguir esta vaga, principalmente conseguindo o maior número de pontos em casa. Mas o Grêmio é um time fantástico, que tem um estilo há muitos anos e tem ido muito bem.
Você tem o plano de trabalhar no futebol brasileiro?
— Eu sempre pensei em trabalhar na América do Sul, mas a minha carreira profissional me levou para a Ásia. Até que o meu auxiliar ficou batendo nesta situação, que agora com a presença na Libertadores, enfim. Estou aberto para tudo, mas agora vem época de seleção, de eliminatórias. E quem foi a uma Copa do Mundo, sempre quer repetir. Mas vamos esperar o que o futebol nos dá. Eu tenho contrato aqui até junho.