Pelo segundo ano seguido, o River Plate é finalista da Libertadores. Pela quarta vez seguida, o time de Marcelo Gallardo eliminou seu maior rival, Boca Juniors, em um mata-mata. Desta vez, com sofrimento e susto, mas apesar da derrota por 1 a 0, conseguiu avançar à decisão graças ao 2 a 0 feito no jogo de ida. Agora, aguarda o vencedor de Flamengo x Grêmio, para a grande decisão em Santiago, dia 23 de novembro.
Boca x River nem tinha começado e já tinha deixado sua marca. Para receber o time, a torcida local promoveu uma chuva de papel picado. Na verdade, um dilúvio de folhas. Era tanta sujeira que precisou chamar a turma da limpeza para tirar pelo menos das linhas que marcam as laterais. Resultado: o jogo começou 15 minutos depois do previsto.
Com bola rolando, a previsão de Marcelo Gallardo se confirmou. O Boca se atirou ao ataque desde o apito inicial e partiu para a pressão, até de certa forma desordenada. Levou perigo em falta erguida para a área, que Salvio cabeceou para fora. Após 15 minutos, o River equilibrou a partida, graças à qualidade e à tranquilidade da vantagem.
Nem teve pressa para achar o contra-ataque que podia acabar com tudo. Preferiu administrar. Até levou um susto, quando, aos 22, um cruzamento do Boca teve bate-rebate na área e terminou em gol de Salvio. Na hora, porém, o brasileiro Wilton Pereira Sampaio anulou por mão de Mas.
A partida seguiu equilibrada, com o Boca forçando as jogadas diretas e encontrando uma defesa bem postada e o River sem pressa, tentando fazer o tempo passar. De vez em quando, com De La Cruz e Casco, conseguia vantagem pela esquerda e incomodava os oponentes.
Perigo, mesmo, só nas faltas. Em uma delas, aos 43, o Boca teve sua melhor chance, parte por sua virtude, parte pelo acaso. Em um cruzamento para a área, após o desvio na direção do gol, Enzo Pérez tentou cortar e deu uma rosca na direção de sua própria trave. Armani, atento, evitou o gol contra.
Diferentemente do que se poderia prever, o segundo tempo começou mais lento. Mesmo com a desvantagem, o Boca não aumentou o ritmo para sufocar o River. Até o estádio pareceu murchar com a falta de ímpeto dos donos da casa.
Eventualmente até causava algum desconforto, mas havia vantagem da defesa. Aos 15, o técnico Gustavo Alfaro mandou a campo um novo centroavante, Hurtado, para o lugar do inoperante Abila, e mudou o sistema ao colocar Zarate no lugar do meia Almendra. Zarate até tentou, arriscando dois chutes que obrigaram Armani a trabalhar. Gallardo respondeu com Pratto na vaga de Borré. Díaz entrou no lugar de Casco para dar (ainda mais) consistência defensiva pela esquerda.
O gol só poderia sair de uma bola para a área. Bem, foi isso o que ocorreu. Wilton Sampaio viu falta na intermediária. A bola foi alçada por Mac Allister, Isquierdoz desviou e Zarate ficou livre. Incrivelmente, ele errou, mas Hurtado estava atrás e só empurrou para a rede.
Os minutos finais foram de tensão. O Boca sabia que por cima levava vantagem. Quase conseguiu aos 43, Mas cabeceou para fora.
FICHA TÉCNICA
Libertadores — Semifinal — 22/10/2019
BOCA JUNIORS (1)
Andrada; Buffarini, Lisandro López, Izquierdoz e Más; Marcone, Almendra (Zarate, 15'/2ºT), Salvio, Mac Allister (Villa, 38'/2ºT); Tévez, Ábila (Hurtado, 15'/2ºT).
Técnico: Gustavo Alfaro
RIVER PLATE (0)
Armani; Montiel, Martínez Quarta, Pinola e Casco (Paulo Díaz, 25'/2ºT); Enzo Pérez, Palacios, De la Cruz, Nacho Fernández; Borré (Pratto, 22'/2ºT), Suárez (Scocco, 35'/2ºT).
Técnico: Marcelo Gallardo
GOLS: Hurtado (B) aos 35 minutos do segundo tempo
CARTÕES AMARELOS: Mac Allister, Marcone, Tévez (B); Fernández, Pérez, Díaz, Scocco, Quarta (R)
PÚBLICO E RENDA: Não divulgados.
LOCAL: La Bombonera, em Buenos Aires, Argentina
ARBITRAGEM: Wilton Pereira Sampaio, auxiliado por Fabrício Vilarino e Rodrigo Corrêa (trio brasileiro). VAR: Mauro Vigliano (argentino).