O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, rebateu as críticas feitas pelo presidente do Grêmio, Romildo Bolzan. Segundo o dirigente paraguaio, o mandatário gremista "sabe que está equivocado" em relação às alegações de que o clube gaúcho teria sido prejudicado pela entidade na semifinal da Libertadores, contra o River Plate, e no julgamento do "caso Gallardo".
— O Romildo sabe que está equivocado. Ninguém teve tratamento preferencial. No ano passado, ele também estava muito nervoso antes de ser campeão, mas quando saiu campeão, se esqueceu de tudo — disse Domínguez à GaúchaZH, nesta segunda-feira (17), durante o sorteio dos grupos da Libertadores 2019.
Mais tarde, em entrevista ao programa Esporte e Cia, da Rádio Gaúcha, Romildo Bolzan respondeu:
— Se eu soubesse que estava equivocado, não estava irresignado e indignado até os dias de hoje. Estou convencido de que o Grêmio foi injustiçado e desconsiderado. E, mais que isso, a própria Conmebol foi desconsiderada. Quem não olha o seu tamanho e o tamanho da sua dignidade é que talvez possa transferir a responsabilidade para os outros. O River afundou a Conmebol, não permitiu o seu delegado entrar no vestiário e nem permitiu ser fiscalizado. Isso é uma atitude correta de quem organiza a competição? Não. Eu não estou errado, eu estou absolutamente certo na defesa dos interesses do Grêmio — disse Romildo.
A polêmica é relativa ao jogo de volta da semifinal da Libertadores 2018, entre Grêmio e River, na Arena. Na ocasião, o técnico argentino Marcelo Gallardo, mesmo suspenso, entrou no vestiário e deu instruções para seu auxiliar por meio de um rádio, atitudes vedadas pelo regulamento da competição. No jogo, os argentinos acabaram vencendo por 2 a 1 e eliminaram os gaúchos.
Após o episódio, a direção gremista entrou com uma ação no Tribunal de Disciplinas da Conmebol solicitando a reversão do resultado da partida, por conta das irregularidades cometidas por Gallardo. Além do Grêmio não ter obtido sucesso no pleito, o técnico argentino sofreu uma punição branda e o River sequer foi punido. O fato indignou os dirigentes gremistas.
— Errada está a instituição, que se coloca de cócoras de maneira obscura naquele tribunal de penas, em que não sabemos exatamente os seus conteúdos e compromissos verdadeiros e nem o tipo de influência que sofre. Não me sinto equivocado em nenhum momento. Me sinto soberano e digno de defender os interesses do clube quando nos sentimos injustiçados. A Conmebol que se justifique pelo que aconteceu depois — finalizou Romildo.