Não sou árbitro de futebol, tampouco fiz o curso para ter o conhecimento das regras e, quem sabe, tentar trabalhar como analista de arbitragem como o colega Diori Vasconcelos, na Rádio Gaúcha, que o faz com maestria. Meu conhecimento sobre o que deve ou não deve ser feito pelo homem responsável por manter a ordem e a boa conduta dos jogadores dentro de campo é totalmente empírico. Porém, há algumas coisas que não podemos deixar passar sem opinar e demonstrar a nossa indignação com fatores que, na teoria, vem para ajudar o futebol, mas que na prática acabam atrapalhando.
Gostaria de deixar muito claro que sou defensor da utilização da tecnologia no esporte. Sou apreciador do futebol americano (NFL) – um dos pioneiros no quesito – e creio na diminuição dos erros "humanos" durante os 90 minutos de uma partida, a partir do VAR. Apesar disso, estamos passando por um momento de vaidades no futebol mundial. A Uefa não quer adotar medidas sugeridas pela Fifa, pelo relacionamento instável entre as entidades. A Conmebol parece estar de birrinha infantil com a CBF, devido a votação para a sede da próxima Copa do Mundo. CBF aliás, que cada vez mais demostra o seu desprestígio no cenário sul-americano e mundial.
Lances como a expulsão do zagueiro Dedé, do Cruzeiro, na partida contra o Boca Juniors – pela Libertadores da América – não podem acontecer com o recurso tecnológico. Ou pior. Não pode acontecer por conta da revisão do lance em vídeo. Não é preciso ter a experiência de um árbitro – que carrega a bandeira da Fifa, como é o caso de Eber Aquino – para perceber que não houve a intenção de agredir o adversário. O jogador brasileiro estava olhando a bola.
Atitudes radicais, como uma expulsão em uma partida eliminatória, fora de casa, definem uma classificação. Ou, até mesmo, abrem brechas para questionamentos em cima destas atitudes. Visto que, esse mesmo Boca Juniors, já foi absolvido pelo Tribunal de Penas da Conmebol após a utilização de um jogador inscrito de forma irregular.
Não penso que haja um complô. Quero acreditar que não. Mas o fato é que os times brasileiros estão fragilizados pela falta do poder de uma entidade que, na teoria, deveria estar protegendo e representando os interesses do nosso futebol, porém, na prática, está sem rumo e sem prestígio para ir a fundo na busca de defender os direitos dos clubes que representam o nosso país na principal competição de nosso continente.