Desfalque certo do Inter para enfrentar o Grêmio, Thiago Maia já tem substituto. Roger anunciou na entrevista após o empate com o Corinthians que Bruno Henrique será o segundo homem do meio-campo, escudado por Fernando, que deve se recuperar de lesão. Eles vão se somar a Alan Patrick, Gabriel Carvalho, Wesley e Borré (também em fase final após se machucar). Essa troca não é apenas de nomes. As peças escolhidas causam reações e comportamentos diferentes em um dos setores mais encaixados da equipe.
Ter adiantado Thiago Maia é um dos grandes acertos de Roger. Com ele na segunda função, o técnico ganhou um volante que faz o box to box, ou, em tradução livre para o português do futebol, de área a área. O ex-jogador do Flamengo, contratado nesta temporada, é o fiador da pressão exercida com excelência pelo time na saída de bola adversária. E também é o responsável pela recuperação caso o oponente saia dessa pressão.
A ideia de tirar o espaço já no campo de ataque é antiga no Inter. Mas antes não havia sucesso, especialmente quando Aránguiz ou até mesmo Bruno Henrique estavam nessa segunda linha. E nenhum dos dois tinha conseguido dar o ritmo que o setor precisava. À época, também, é preciso esclarecer, a sequência de jogos era mais severa do que agora.
Diferenças e semelhanças
Roger detalhou as diferenças e semelhanças entre Thiago Maia e Bruno Henrique. Para o treinador, ambos têm condições de exercer a pressão e de sustentar a partida.
— Bruno Henrique, mesmo com as diferenças de pé (é destro; Maia, canhoto) e tipo de relação com a bola, sempre se caracterizou por ser um segundo homem de meio e que avança para dentro do campo. Talvez com uma característica um pouco diferente, se lança para a área, entra na área e com finalização de média distância. Thiago tem jogo mais associado. Mas não é uma mudança drástica. Os dois têm boa pressão na bola, que é importante. Bruno vai entrar bem nesse coletivo, está com ritmo pra fazer — disse o técnico do Inter.
De fato, Bruno Henrique está com ritmo. Dos 54 jogos do Inter no ano, ele esteve em 52. Só não atuou contra o Guarany, em Bagé, pelo Gauchão, e contra o Juventude, em Caxias do Sul, pelo Brasileirão. Essas presenças constantes pesam a seu favor.
Sua experiência adquirida em 34 anos de idade e dois títulos de Brasileirão facilitam a escolha. É um jogador que sabe se dosar e não sofrerá os efeitos psicológicos do clássico. Aliás, disputou três Gre-Nais e ganhou todos.
Alternativas
O outro fator que influencia em sua titularidade na ausência de Thiago Maia é a concorrência. Qualquer opção de Roger para o meio implica em uma mudança grande demais no time. O outro segundo volante do grupo é Bruno Gomes, que o técnico efetivou como lateral. Para tirá-lo do lado da defesa, teria de promover uma estreia, como Braian Aguirre ou Nathan (que só tem cinco minutos com a camisa colorada).
A alternativa seria Rômulo, mas é de outra característica, primeiro volante, sem a vocação de avançar e se somar ao ataque, por exemplo. Por fim, teria Bruno Tabata, que seria o oposto, um meia ofensivo que teria de se adaptar à defesa.
Não é descartado, porém, que algum deles entre no Gre-Nal. Isso porque a mesma experiência que faz Bruno Henrique não sentir psicologicamente o clássico basicamente o impede de jogar toda a partida. Desde 11 de agosto, no 2 a 2 contra o Athletico-PR no Beira-Rio, o camisa 8 nunca mais atuou os 90 minutos.
A substituição, é claro, dependerá da circunstância do jogo. Esse é mais um quebra-cabeças para Roger começar a montar na reapresentação da equipe, marcada para quinta-feira.
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