A arrancada de Roger Machado como treinador do Inter, na derrota por 1 a 0 para o Botafogo, no Rio de Janeiro, veio sem grandes mudanças do novo técnico, após apenas dois treinamentos. Pelo contrário, o técnico recuperou o sistema tático de Eduardo Coudet em jogo no qual o time voltou a sofrer com dificuldades ofensivas.
Escalação
Sem poder contar com Alan Patrick, suspenso pelo terceiro amarelo, Roger optou pela entrada de Rafael Borré sem a saída de Alario. O Inter, assim, não teve um meia armador de origem e sim dois atacantes na faixa central do ataque. O 4-2-3-1 usado pelo interino Pablo Fernández contra Juventude e Rosario Central foi abandonado com a volta do 4-1-3-2, o sistema preferencial nos tempos de Eduardo Coudet.
Formação tática inicial do Inter no Nilton Santos:
Roger mostrou alguns ajustes de posicionamento, principalmente quando o time tinha a bola em relação ao que fazia seu antecessor. Diferente de Bustos, Igor Gomes não teve um posicionamento tão adiantado na saída de bola.
O novo treinador mudou a forma de iniciação das jogadas abrindo mão, na maior parte do tempo, da saída de três feita pelos dois zagueiros mais Renê, tendo Igor Gomes como um quarto homem na zona defensiva fazendo a chamada saída sustentada.
Inter faz a saída tendo quatro jogadores na primeira linha com Rômulo e Bruno Gomes como opções de passe por dentro:
Apesar de ter numericamente um jogador a mais na saída de bola, o Inter teve dificuldade para superar a marcação alta do Botafogo no primeiro tempo. O lance do gol alvinegro sai exatamente após Rochet, sem opção livre de passe, optar por um lançamento longo para Borré. O colombiano perdeu por cima para Cuiabano, que tabelou com Igor Jesus e avançou às costas de Igor Gomes para fazer o cruzamento para Luiz Henrique.
Segurar essa bola no ataque foi um problema do Inter ao longo de todo o primeiro tempo de domínio do Botafogo. Além do gol, o time carioca teve outras nove finalizações, quatro delas no alvo. O Inter teve quatro chutes, nenhum deles no gol.
Inter tem mais a bola no segundo tempo
A movimentação ofensiva que apareceu mais na etapa final, quando em vantagem o Botafogo recuou e permitiu mais ao Inter ter a bola, foi a movimentação feita por Borré para ocupar o setor direito. Como Igor Gomes avançava pouco, o colombiano caía pelo lado com Bruno Henrique aparecendo centralizado em uma mesma linha de Bruno Gomes. O Inter em fase de ataque mudava do 4-1-3-2 para o 4-3-3.
Roger fez as primeiras mudanças aos 20 minutos, com as entradas de Gustavo Prado e Lucca para saídas Rômulo e Alario. Bruno Henrique, então, passou a ser o meia central e o garoto Gustavo Prado como o meia direita. Lucca ofereceu uma movimentação maior no comando do ataque que Alario, mas ainda assim insuficiente para incomodar o goleiro John.
A grande chance do empate veio com Hyoran - que havia entrado por Wesley aos 37. O camisa 7 recebeu lançamento longo e tentou por cobertura, mandando para fora. O Inter só conseguiu acertar uma finalização no gol no último minuto do jogo, com Gustavo Prado.
O Inter teve mais a bola (54%) no segundo tempo e seis finalizações contra nenhuma do Botafogo, mas o baixo poder criativo foi insuficiente para levar maior perigo a John e evitar a derrota.
Montar um time capaz de gerar mais chances é o desafio de Roger Machado para o confronto com o Rosario Central, na terça-feira, quando o time precisará marcar, no mínimo, dois gols para avançar na Sul-Americana sem depender dos pênaltis.