Em um intervalo de 13 dias, o Inter decide seu futuro nas competições de mata-mata. Nesta semana, na quarta (10) e no sábado (13), a equipe disputa a terceira fase da Copa do Brasil contra o Juventude. Nas duas próximas, terá o playoff da Sul-Americana diante do Rosario Central. Serão dias decisivos para o clube e para Eduardo Coudet. Tudo começa no clássico gaúcho das 19h, no Beira-Rio.
Se no começo do ano o Brasileirão era a grande prioridade da temporada, o andamento de 2024 mudou essa ideia. As dificuldades com o grupo (convocações, lesões, desgaste) foram agravadas pela enchente. O acúmulo de jogos no período de mais desfalques pela Copa América não estava exatamente no radar e cobrou um preço extra no campeonato nacional. O Inter, que tem jogos a menos, ficou para trás. Ocupa uma posição intermediária da tabela. Por mais que mantenha o discurso de acreditar em título e brigar lá em cima, sabe que está cada vez mais difícil acompanhar o ritmo de Flamengo e Palmeiras.
Assim, as copas entram no radar como possibilidades de título. Na Copa do Brasil, quis o destino que o algoz colorado no Gauchão voltasse ao caminho. O Juventude, além de tudo, é responsável pelo maior trauma vermelho na história da competição, a semifinal de 1999 com a goleada no Beira-Rio.
Em 2024, a semifinal do Gauchão, entre os dois times, foi um marco para ambos. Foi nela que o Inter teve sua decepção e passou a titubear na temporada. Foi nela que o Juventude venceu, avançou à final, e iniciou a campanha sólida que demonstra no Brasileirão. É isso que Coudet terá de superar.
Depois de um 2023 de recuperação, levando o Inter à semi da Libertadores, o 2024 é de contestação, especialmente a partir do Gauchão. O técnico foi vaiado no anúncio da equipe contra o Vasco, no domingo, e depois alvo de ofensas. Mesmo que nunca tenha sido unanimidade, atravessa agora seu momento de maior tensão. Às vésperas de completar um ano no cargo (o aniversário é dia 19), está ameaçado.
Para si, porém, conta com um retorno fundamental. Valencia está de volta ao time após a eliminação do Equador da Copa América. Fazer gol é a maior dificuldade do Inter na temporada, e a presença do equatoriano é a esperança de mudar esse cenário. Além dele, o time deverá ter melhores condições físicas: o técnico guardou Vitão e usou menos tempo jogadores como Bruno Henrique, Wanderson e Wesley. Do que está à disposição (as ausências mais sentidas são Rochet e Borré, ambos representando suas seleções), terá força máxima. Fabrício, goleiro, também está fora, porque já jogou a Copa do Brasil pelo Nova Iguaçu. Anthoni volta ao time: sua última partida foi, justamente, a ida contra o Juventude no Gauchão.
O time de Roger Machado chega ao Beira-Rio embalado pelo 3 a 0 sobre o Grêmio pelo Brasileirão. Mas desfalcado da dupla de zaga. Os zagueiros Zé Marcos e Danilo Boza tiveram lesões musculares e serão substituídos por Rodrigo Sam e Lucas Freitas.