Quando os dias começam a ficar mais curtos, o vento frio sobe da Argentina, as pessoas usam palas, toucas e mantas na rua, imediatamente um comichão se instala no Colorado Delirante: o de trocar de treinador.
Dizem que essa ânsia, assim como as migrações de aves, vem a cada solstício. Porém, assim como as camélias, floresce em boa parte da torcida do Inter a insatisfação com o mau desempenho, açodada pela derrota ante o Vitória. É certo que o time não joga bem; menos certo é imaginar que uma equipe que não tem CT, não consegue jogar no seu estádio e está desfalcada de cinco jogadores poderia ter melhor performance com outro comandante.
O Delirante, entretanto, não quer saber. Ele está determinado: o Inter precisa demitir Coudet para ontem, pois o time não joga nada.
No meio da conversa, pedi a ele que elencasse uma série de características que precisava de um grande treinador. Ei-las: precisa atacar, ter intensidade, marcar na saída de bola, jogar de forma veloz, amassar o adversário e fazer mais gols do que levar.
Cheguei a conclusão de que o melhor nome para substituir o Coudet de 2024 é o Coudet de 2020. O que se perdeu nos últimos quatro anos? Os jogadores são melhores, ele está mais experiente, tem até torcida no estádio. Talvez o que precise é uma máquina do tempo, mesmo.
Uma coisa é certa: não adianta esperar que a torcida do Inter seja tolerante. Enquanto não chegar uma taça, a chiadeira vai seguir. Já que não tem uma máquina do tempo à disposição, o caminho de Coudet é convocar boas benzedeiras. E, claro, escalar um meio campo que funcione.
Um de nós
Sérgio Vanacor, famoso por se fantasiar de Macaco nas arquibancadas do Beira-Rio, morreu no sábado (15). Em 2021, ele recebeu do Inter o título de torcedor emérito do clube, pela dedicação que sempre teve às cores vermelha e branca. Estendo aqui os meus respeitos à família e aos amigos daquele que foi um de nós.